O principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, foi interpelado pela polícia, em Moscovo, esta sexta-feira, na altura em que se preparava para participar numa ação política na província.
Corpo do artigo
"Interpelaram-me quando saía da minha casa. Levaram-me para 'uma parte incerta' para lhes dar 'explicações'", indicou Navalny através da conta que mantém na rede social Twitter.
Através da mesma rede de mensagens, a porta-voz da oposição, Kira Iarmych, disse que Navalny, que pretende concorrer contra Vladimir Putin nas presidenciais de março de 2018, preparava-se para se deslocar de comboio a Nijni Novgorod, cerca de 400 quilómetros a este da capital, para um encontro político.
"O 'velho' Putin não quer, na verdade, que eu me apresente em Nijni Novgorod. Estava a sair de minha casa quando fui intercetado", acrescenta a mensagem do líder da oposição, numa outra mensagem através da plataforma digital Instagram que incluiu um registo vídeo do momento em que os polícias lhe ordenam que tem de acompanhar as autoridades "para uma discussão".
A última detenção de Alexy Navalny ocorreu em junho.
"O Kremlin considera que os meus encontros com os eleitores são uma grande ameaça e até um insulto", acrescenta a mensagem de Navalny.
O braço direito do dirigente da oposição, Leonid Volkov, indicou, por outro lado, que foi interpelado pela polícia em Nijni Novgorod, onde se encontrava à espera de Navalny.
O principal opositor político do presidente russo foi preso duas vezes desde janeiro na sequência da organização de manifestações contra a corrupção, em Moscovo, e que se disseminaram em todo o país.
Os dois protestos tinham sido proibidos previamente pela polícia.
Navalny tem sido igualmente vítima de agressões sendo que teve que ser submetido a tratamento oftalmológico em Espanha depois de ter sido atingido por um líquido nos olhos por atacantes desconhecidos.
Apesar de insistir na candidatura às presidenciais de 2018, Navalny foi impedido de apresentar-se ao ato eleitoral por um tribunal, no passado mês de junho, por alegadamente ter gerido, de forma irregular, fundos destinados à campanha.