O dirigente da oposição venezuelana, Leopoldo López, convocou os venezuelanos para o acompanharem, terça-feira, numa marcha até ao Ministério do Interior, Justiça e Paz, onde quer "dar a cara" às acusações do Governo contra si.
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Líder do partido Vontade Popular e procurado pelas autoridades venezuelanas, Leopoldo López é acusado pelo Governo de estar envolvido nos acontecimentos violentos que provocaram três mortos e dezenas de feridos durante as manifestações na última semana.
"Estarei aí para dar a cara. Disseram durante os últimos dias que me querem ver preso, aí estarei para dar a cara. Eu não tenho nada a temer, não cometi nenhum delito. Tenho sido um venezuelano comprometido com o nosso país, com o nosso povo, com a Constituição e com o nosso futuro", disse Leopoldo López num vídeo divulgado através do Youtube.
O político frisou ainda que "se há alguma decisão ilegal" de o prender será enfrentada e assumida.
No vídeo o líder opositor começa por agradecer "todas as mensagens de apoio e solidariedade" recebidas nos últimos dias e sublinha que continua na Venezuela, onde vai permanecer para "lutar" por um país melhor.
"Como é natural tirei uns dias para pensar, partilhar com a minha família e tomar a melhor decisão nestes momentos. Como ratifiquei continuarei a luta nas ruas e ao lado do povo venezuelano. É por isso que esta próxima terça-feira, 18, quero convocar todos para que caminhemos juntos (...) até ao Ministério do Interior e Justiça, lugar que se converteu no símbolo da repressão, da perseguição, das torturas e das mentiras", afirmou.
Chamado de "covarde" pelo presidente Nicolás Maduro, Leopoldo López anuncia aos seus simpatizantes que levará "requerimentos muito completos" que passam por "esclarecer a responsabilidade do Estado nos homicídios ocorridos" sublinhando que "aí estão fotos, vídeos, provas irrefutáveis do que aconteceu nesse dia".
Leopoldo López pretende também que sejam libertados "todos os cidadãos" que "foram perseguidos e continuam presos e alvo de torturas", que "acabe a repressão e a perseguição do que é um direito de todos os venezuelanos, o direito a protestar".
O Governo venezuelano deve também "assumir o desarmamento dos grupos paramilitares e coletivos que foram responsáveis por homicídios e pela insegurança ".
"Esse dia temos que sair como sempre o fizemos, pacificamente. Peço-lhes que se vistam de branco porque isso significa o nosso compromisso pela paz", disse.
Segundo a imprensa venezuelana, Leopoldo López é acusado dos delitos de "associação, instigação para cometer delito, intimidação pública, incêndio a edifício público, danos a propriedade pública e lesões graves", além de outros como homicídio.