A Human Rights Watch criticou a "intolerável passividade" da União Europeia face à chegada de imigrantes e à morte de centenas deles, a propósito do noticiado desaparecimento de 400 migrantes no Mediterrâneo.
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Em comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos com sede em Nova Iorque considera que as notícias sobre os cerca de 400 desaparecidos deviam "obrigar a União Europeia a realizar uma vasta operação de busca e salvamento".
"Se se confirmarem as notícias conhecidas, em relação ao passado fim de semana, tratar-se-á de uma das maiores tragédias numa das zonas mais perigosas do mundo para os imigrantes e requerentes de asilo", disse a diretora para a Europa e Ásia Central da Human Rights Watch (HRW), Judith Sunderland.
A Guarda Costeira italiana informou, na terça-feira à noite, que não foram localizados mais cadáveres do que os nove já recuperados dos cerca de 400 imigrantes que se terão afogado após o naufrágio da embarcação em que viajavam, segundo contaram os sobreviventes à organização "Save The Children" Itália.
Judith Sunderland alertou que "o número insuportável de vidas perdidas no mar aumentará se a União Europeia não atuar agora para garantir as operações de busca e salvamento no Mediterrâneo".
A HRW também criticou a falta de preparação no acolhimento, bem como o facto de muitos países da UE terem "mostrado uma clara falta de vontade política para ajudar Itália nesta responsabilidade".
A ONG assinalou ainda que o dispositivo que atualmente se encarrega de prestar auxílio aos migrantes no Mediterrâneo, a operação europeia "Tritão", tem menos financiamento e meios que aquele que substituiu, o "Mare Nostrum", e o seu objetivo é o controlo de fronteiras.