O décimo dia da ofensiva russa na Ucrânia ficou marcado pela violação, por parte da Rússia, dos acordos de cessar-fogo, que iriam permitir que 15 mil pessoas saíssem de Volnovakha e Mariupol. Só 400 conseguirem fugir, segundo as autoridades ucranianas. Putin deixou mais um recado ao Mundo: "Quem tentar impor zona de exclusão aérea estará a entrar na guerra". Leia abaixo os principais pontos que marcaram o dia.
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- Moscovo anunciou, esta manhã, um cessar-fogo de cinco horas para a retirada de civis das cidades de Volnovakha e Mariupol, mas Kiev diz que os bombardeamentos nunca pararam e os corredores humanitários tiveram de ser interrompidos. Apenas 400 pessoas conseguiram fugir, das 15 mil que ainda estão na região. Vladimir Putin acusou a Ucrânia de sabotar as evacuações.
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- Pelo menos 351 civis morreram e 707 ficaram feridos na Ucrânia desde o início da guerra, mas o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou que os número reais são "consideravelmente mais altos".
- Vladimir Putin disse, este sábado, que as sanções contra a Rússia são equivalentes a uma declaração de guerra e que Moscovo precisa de defender os seus interesses na Ucrânia, bem como os "falantes de russo" na zona leste do país. "Qualquer movimento será considerado por nós como participação no conflito armado", indicou, considerando que a imposição de uma zona de exclusão aérea teria "consequências colossais e catastróficas não apenas para a Europa, mas também para o Mundo inteiro". Putin voltou a afirmar a "operação militar especial" visa "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia.
- Naftali Bennett, primeiro-ministro de Israel, encontrou-se, este sábado, em Moscovo, com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a situação na Ucrânia. Bennett é um dos líderes mundiais que ainda não condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, sublinhando as boas relações que Israel mantém com os dois países em guerra. A Ucrânia pediu mesmo que primeiro-ministro israelita desempenhe funções de mediador no conflito.
- A terceira ronda de conversações foi adiada para segunda-feira, anunciou David Arakhamia, membro da delegação ucraniana. O encontro vai realizar-se na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. A primeira ronda de negociações entre as delegações da Rússia e da Ucrânia foi a 28 de fevereiro e a segunda a 3 de março, ambas em território bielorrusso.
- Volodymyr Zelenskiy fez um "apelo desesperado" aos senadores dos EUA para que enviem mais aviões, para combater a invasão russa, tendo recebido a promessa de mais ajuda militar. O presidente ucraniano sugeriu ainda que os Estados Unidos deixem de comprar crude a Moscovo. Como resposta, o presidente ucraniano recebeu a promessa de que os EUA continuarão a ajudar Kiev, militar e financeiramente.
- Uma equipa de jornalistas da "Sky News" foi baleada em Kiev no início desta semana, mas a notícia e o vídeo só foram divulgados na sexta-feira à noite. O carro onde viajava a equipa foi atingido por balas quando se dirigia para a capital ucraniana. Um jornalista e um operador de câmara ficaram feridos, mas conseguiram fugir do ataque. No carro iam cinco pessoas, que já foram repatriadas para o Reino Unido.
- Tropas russas tomam hospital psiquiátrico com 670 doentes, na cidade de Borodyanka, a 60 quilómetros de Kiev.
- EUA e Reino Unido advertiram os cidadãos americanos que vivem na Rússia a sair "imediatamente" do país.
- O ministro dos negócios estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, exigiu uma nova série de sanções contra a Rússia.
- O número de refugiados que fogem da invasão russa pode atingir 1,5 milhões no final do fim de semana, disse o chefe da agência das Nações Unidas para os refugiados. O número é atualmente superior a 1,3 milhões.
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