Cláudia Correia estava a caminho de casa, no autocarro 159, quando ouviu um grande estrondo e pessoas a gritar. Sem saber, a apenas 10 metros, a polícia londrina disparava sobre o suspeito que, na quarta-feira, matou quatro pessoas.
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"Acho que ainda vi o suspeito fora do carro, com as mãos no ar, mas aconteceu tudo muito rápido. Quando me aproximei da janela, reparei que estava uma senhora deitada no chão e havia um homem preso entre o carro e a parede, sem se mexer", conta Cláudia, ainda a recuperar do choque de quarta-feira. Era mais um dia normal na capital britânica, até que Khalid Masood avançou sobre a multidão na ponte de Westminster. "Fiquei assustada e liguei ao meu namorado. Precisava de falar com alguém para contar o que estava a ver. Parecia tirado de um filme", refere em exclusivo ao JN.
http://www.jn.pt/mundo/galerias/interior/as-fotos-do-terror-em-londres-5741804.html
A viver em Londres desde 2011, é natural de São Pedro de Alva, Penacova, e trabalha no "St.Thomas Hospital", juntamente com Francisco Lopes, o jovem português que ficou ferido na sequência do ataque.
http://www.jn.pt/mundo/interior/portugues-ferido-no-ataque-de-londres-5742283.html
"Eu e o Francisco tínhamos acabado de sair do trabalho, mesmo do outro lado da ponte. Eu apanhei o autocarro e ele estava a caminho do metro quando foi atropelado no passeio", explica.
No autocarro, "os passageiros estavam todos em choque". A mulher de 26 anos pediu ao motorista para abandonar o autocarro assim que a polícia ordenou a suspensão do trânsito, para se "aproximar das duas vítimas no passeio" e tentar ajudar. "Foi nesse instante, ao atravessar a ciclovia para o passeio, que mais dois tiros foram atirados, os que mataram o suspeito", descreve.
http://www.jn.pt/mundo/interior/terror-em-londres-matou-quatro-pessoas-e-fez-20-feridos-5742099.html
O impacto do ataque foi imediato e paralisou completamente a cidade. As pessoas que estavam naquela zona "começaram a correr todas em direção a Trafalgar Square". "Tive que ir a pé até Oxford Street, onde apanhei o autocarro para casa", diz Cláudia.
A cidade que recupera do caos e volta à normalidade
A zona envolvente a Westminster continua fechada e a investigação da policia ainda decorre. À volta do hospital, que está a cinco minutos do local do ataque, há televisões e rádios de todo o mundo. Mas a ponte já foi reaberta e "tudo está a voltar à normalidade".
http://www.jn.pt/mundo/interior/londres-um-espirito-que-nao-se-quebra-5745812.html
"Estou grata por não ter sido atingida e acredito que o Francisco vai recuperar completamente dos ferimentos que sofreu", confessa.