O pai do jornalista da oposição bielorrussa que se encontra detido diz ser claro que o filho foi violentado para confessar, em vídeo, ter organizado as manifestações anti-regime que levaram à sua detenção, no domingo.
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Em declarações à agência noticiosa AFP, Dmitri Protasevich, pai do jornalista detido assegurou, esta terça-feira, que o filho foi submetido a "violências físicas porque se podem ver sinais de agressões na sua cara". No vídeo em que Roman Protasevich, de 26 anos, surgiu ontem, admitindo crimes de que é acusado, faltam-lhe alguns dentes, disse ainda Dmitri.
"Estava muito nervoso. Falava de forma pouco habitual. Nunca fala assim. É claro que lia qualquer coisa que lhe pediram para ler", disse o pai, que contactou com Roman no sábado, um dia antes de ter sido detido, juntamente com a namorada, em Minsk, depois de o avião em que seguia, de Atenas para Vilnius, ter sido desviado para a capital bielorrussa sob ameaça (falsa) de bomba. "Não temos qualquer notícia sobre ele. Não sabemos onde está, qual o seu estado, como se sente", acrescentou Dmitri.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, indicou por sua vez, em comunicado, que "a parte bielorrussa confirmou a detenção de Sofia Sapega [companheira do jornalista, de 23 anos] por 72 horas por ser considerada suspeita de ter cometido crimes entre agosto e setembro de 2020".
Ainda segundo Maria Zakharova, o cônsul russo em Minsk encontrou-se com os pais de Sofia Sapega, que vivem na Bielorrússia, e recomendou-lhes "um advogado com vasta experiência na proteção dos direitos dos cidadãos russos".
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