Os governos dos países de onde eram originárias várias vítimas do acidente da semana passada com o avião ucraniano, que se sabe agora ter sido derrubado por mísseis iranianos, querem que Teerão aceite "total responsabilidade" e pague indemnizações às famílias dos cidadãos que morreram.
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A posição é expressa numa declaração divulgada após um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Reino Unido, Afeganistão, Suécia e Ucrânia, decorrida em Londres.
Todos os 176 ocupantes do voo da Ukraine International Airlines morreram quando o avião foi atingido por mísseis pouco depois de ter descolado do aeroporto internacional de Teerão. Além de iranianos, estavam a bordo 57 cidadãos canadianos, 17 suecos, 11 ucranianos, quatro britânicos e quatro afegãos.
Os chefes da diplomacia dos cinco países insistiram igualmente numa "investigação criminal independente seguida de procedimentos judiciais transparentes e imparciais".
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A comunidade internacional "espera respostas" sobre a queda do Boeing abatido por erro pelo Irão, disse o chefe da diplomacia canadiana, François-Philippe Champagne, no final da reunião com os seus homólogos, prometendo que não desistirão de as obter.
O ministro canadiano indicou que o Irão aceitou responsabilidade pelo sucedido, mas assinalou que apenas uma investigação completa revelará a "causa exata" e quem foi o responsável.
O derrube do avião ocorreu num contexto de grande tensão entre o Irão e os Estados Unidos, depois de Washington ter assassinado o principal general iraniano, Qassem Soleimani, a 3 de janeiro no Iraque.
Passados cinco dias a República Islâmica retaliou, lançando mísseis contra bases com soldados norte-americanos no Iraque, após o que um míssil iraniano atingiu o avião comercial ucraniano.
Após as autoridades do Irão terem reconhecido no sábado a sua responsabilidade, evocando um "erro humano", centenas de iranianos saíram para as ruas, manifestando-se contra o sistema da República Islâmica.