Há uma infestação de percevejos a causar uma onda de pânico em França. Depois de vários vídeos nas redes sociais mostrarem os animais em transportes públicos, o mais recente edifício a ser atacado é uma escola em Paris.
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Altos funcionários dos ministérios da Saúde, Economia e Transportes reúnem-se, esta sexta-feira, no gabinete do primeiro-ministro para coordenar um plano de ação contra os percevejos.
O objetivo da reunião, segundo o jornal britânico "The Guardian", é ter uma perspetiva clara da situação e acelerar as propostas para a criação de um observatório nacional dos insetos.
O Governo revelou-se alarmado com o facto de os percevejos dominarem manchetes no país e no estrangeiro. Os ministros receiam que a imagem de Paris esteja a ser prejudicada e que o turismo possa ser afetado, especialmente durante os Jogos Olímpicos de 2024.
No entanto, é necessário encontrar um equilíbrio e tranquilizar o público, ao mesmo tempo que se aumenta a consciencialização para um problema que precisa de uma ação rápida para ser controlado.
Avistamentos falsos e histeria
Embora o número de percevejos tenha aumentado em França - e não só -, especialistas alertam para vários avistamentos falsos dos insetos que causam risco de histeria injustificada.
Nicolas Roux de Bézieux, responsável por controlo de pragas, admitiu, em declarações ao jornal britânico, que três em cada quatro chamadas que recebe de clientes procupados com percevejos acabam por não estar relacionadas com os insetos.
Nas últimas semanas, as empresas de controlo de pragas em França registaram um aumento exponencial no número de chamadas sobre os insetos. Os especialistas dizem que há sempre um aumento depois das férias de verão e que, todos os anos, o aumento é cada vez maior.
"Está a acontecer em todas as cidades", admitiu Roux de Bézieux.
Para além dos avistamentos em transportes públicos, foram registados casos de percevejos em cinemas, comboios, hospitais e escolas. As redes sociais aumentaram a ansiedade do público - embora muitos dos vídeos que circulam online sejam de insectos que, na verdade, não são percevejos.
No último caso verificado, professores da escola Elisa-Lemonnier, em Paris, recusaram-se a trabalhar esta sexta-feira, depois de terem sido detetados percevejos em várias salas de aula, gabinetes e balneários.
O Governo está a estudar medidas como a regulamentação do preço da erradicação dos insetos, a clarificação das responsabilidades financeiras entre proprietários e inquilinos e a criação de uma lista registada de empresas de controlo de pragas.