Com 106 votos a favor e 28 contra, o Parlamento catalão aprovou, esta sexta-feira, a Lei de Consultas, que o governo autonómico espera utilizar como base legal para a convocação do referendo independentista, prevista para 9 de novembro.
Corpo do artigo
No mesmo dia em que se conheceu o "Não" da Escócia, o setor nacionalista catalão demonstrou, assim, que o resultado do referendo escocês não significa nenhum revés nos planos da região rumo à autodeterminação.
"O processo continua", afirmou Artur Mas, presidente da Generalitat, numa declaração perante os jornalistas. O mandatário sublinhou, no entanto, que o modelo escocês "é o caminho para resolver os conflitos". Apesar do resultado ter revelado uma maioria favorável à permanência no Reino Unido, o presidente catalão preferiu destacar a elevada participação (85%) e assinalar a diferença entre o governo de David Cameron, que aceitou dar uma "saída democrática" à reivindicação popular, e o de Mariano Rajoy, que "diz que não a tudo".
Por sua vez, o presidente do Governo espanhol mostrou alívio após conhecer o desfecho do referendo. Numa mensagem gravada em vídeo, Rajoy felicitou os escoceses por terem decidido "continuar a formar parte do Reino Unido e da União Europeia", sublinhando que estes evitaram "as graves consequências" que poderia implicar a independência.
Entretanto, o Executivo central já tem em marcha a impugnação da lei aprovada: um Conselho de Ministros extraordinário prepara-se para aprovar um recurso que será apresentado junto do Tribunal Constitucional.