O Parlamento Europeu decidiu criar uma comissão de investigação para o caso de denúncias de fuga aos impostos através paraísos fiscais, conhecido como Documentos do Panamá.
Corpo do artigo
A decisão foi tomada por unanimidade, esta quinta-feira em Estrasburgo, em reunião da conferência de presidentes que reúne os líderes das bancadas políticas e o presidente do Parlamento Europeu (PE), segundo uma nota de imprensa.
No dia 4 de maio será votado em conferência de presidentes o mandato da comissão especial, que terá de ser depois aprovada também pelo plenário do PE, que se reúne de 9 a 12 de maio, em Estrasburgo.
Os Documentos da Panamá são a maior investigação jornalística da história, envolvem o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destacam os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.
A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas "offshore" em mais de 200 países e territórios.
A partir dos Documentos do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em "offshores" e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.