O tradicional espetáculo de fogo-de-artifício da noite de passagem de ano em Abidjan, na Costa do Marfim, ficou marcado pela morte de pelo menos 61 pessoas, esmagadas por uma multidão em fuga.
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A tragédia aconteceu por volta das duas horas locais, quando milhares de pessoas tentavam regressar a casa após o espetáculo de fogo-de-artifício junto ao estádio da cidade de Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim.
Esta terça-feira, as autoridades ainda não sabiam o que terá levado a multidão a entrar em pânico e a fugir. Durante a debandada, dezenas de pessoas foram esmagadas. Pelo menos 61 morreram - entre as quais se encontram 28 mulheres e 26 crianças - e cerca de 200 ficaram feridas.
Um dos feridos contou à agência Reuters que o pânico se instalou com a chegada da polícia ao local. Outros relatos diziam que a debandada se deu quando as milhares de pessoas que regressavam a casa se encontraram com uma outra multidão.
Durante a visita aos feridos hospitalizados, o presidente costa marfinense, Alassane Ouattara, classificou o incidente de "tragédia nacional" e anunciou que foi aberta uma investigação para determinar as causas do sucedido.
Segundo as agências internacionais, ontem de manhã, o local de tragédia estava ainda coberto com objetos pessoais, roupa e calçado deixados pela multidão e rastos de sangue.
Assim que foi conhecida a tragédia, familiares das vítimas deslocaram-se ao estádio à procura de informações e dos seus entes queridos.
A mãe de um rapaz de nove anos desabafou à imprensa local: "Vi todos estes corpos, mas não encontrei".
Foi o segundo ano que a cidade de Abidjan organizou um espetáculo de fogo-de-artifício no final do ano, também para assinalar a paz no país, depois de um período de grande instabilidade por o ex-presidente Laurent Gbagbo recusar reconhecer a vitória de Ouattara nas eleições de 2010.
Este é o acidente mais grave registado na Costa do Marfim. Há dois anos, também em Abidjan, a fuga de uma multidão em pânico num estádio de futebol provocou 18 mortos.