O pastor sul-coreano Chun Ki-won, considerado um herói por liderar uma organização cristã destinada a ajudar refugiados norte-coreanos, foi, agora, condenado a cinco anos de prisão por abuso sexual de menores.
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Durante décadas, Chun foi aclamado pelo apoio a centenas de pessoas que fugiram do regime do Norte, sendo, aliás, conhecido como "Schindler Asiático", em alusão ao empresário alemão do partido Nazi que salvou mais de mil judeus durante o Holocausto.
Depois de ter sido detido em setembro, em Seul, acabou condenado por abusar sexualmente de seis refugiados adolescentes nos dormitórios das instalações da chamada missão Durihana. O pastor negou as acusações, mas, na quarta-feira, o Tribunal Distrital Central de Seul considerou-as irrefutáveis, noticiou a BBC.
"As vítimas fizeram declarações consistentes, com conteúdo que não existiria sem experiências na primeira pessoa", considerou o juiz Seung-jeong Kim. Além disso, defendeu que Chun Ki-won utilizou a sua posição de influência para cometer os abusos. O arguido foi considerado culpado em cinco dos seis casos de violação. Algumas das vítimas tinham fugido sozinhas da Coreia do Norte.
Chun fundou a Durihana, uma das organizações não governamentais mais conhecidas da Coreia do Sul, que ajuda norte-coreanos a fugirem através da China. De acordo com o pastor, a missão já ajudou mais de mil pessoas, merecendo a reprovação do regime de Kim Jong-un.
Em 2002, o pastor esteve preso sete meses na China, durante uma das missões de fuga. O seu trabalho na organização foi amplamente noticiado, sendo tema de documentários publicados, por exemplo, na BBC, CNN, The New York Times e National Geographic.