O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português, Paulo Rangel, "mantém tudo o que disse, sem tirar sequer uma vírgula". Esta é a resposta do MNE depois de Venâncio Mondlane o ter acusado de parcialidade, de agir "de forma extremamente descortês" e de mentir em relação a contactos com o opositor moçambicano.
Corpo do artigo
"O ministro mantém tudo o que disse, sem tirar sequer uma vírgula", afirmou ao JN uma fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, esta terça-feira, sem entrar em pormenores "para conservar o espírito profundamente construtivo com que [Paulo Rangel] vai a Moçambique".
"Isso significa naturalmente que está sempre disponível para falar com todas as forças políticas e com a sociedade civil", acrescentou a mesma fonte. "De resto, estão previstos contactos com as forças políticas da Oposição", completou.
Mondlane, instigador dos protestos contrários aos resultados das eleições gerais de 9 de outubro, acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros português de parcialidade. “Não há trabalho feito da sua parte em relação ao diálogo em Moçambique. Pelo contrário, o senhor sempre foi parcial, foi tendo posições totalmente tristes, sempre foi de adjetivos contra a minha pessoa”, afirmou o candidato presidencial apoiado pelo Podemos, dirigindo-se a Paulo Rangel.
Mondlane classificou o governante como de “terceira linha”, numa referência à ausência do presidente da República e do primeiro-ministro de Portugal na posse de Daniel Chapo, que ocorre esta quarta-feira. “Aliás, é um ministro que sempre se posicionou de forma muito ríspida, de forma extremamente descortês comigo, já me chamou populista, já me chamou todo o tipo de nomes, tem tido pronunciamentos extremamente tristes em público”, declarou o opositor moçambicano, no Facebook.
Mondlane disse ser “falso” que Rangel “tem mantido contactos”, mencionando um único telefonema “ocasional, circustancial” com o chefe da diplomacia portuguesa, no dia 12 de janeiro, num encontro com o embaixador de Portugal em Moçambique.