Apesar de ainda não ter sido indicado pelo rei Felipe VI, socialista dá como certa continuidade no Governo e deixa garantias. Feijóo diz estar satisfeito por não ceder a chantagens.
Corpo do artigo
Um dia após Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular (PP), ter falhado a derradeira votação de investidura, Pedro Sánchez (PSOE) reagiu publicamente, mostrando-se confiante de que será indicado pelo rei Felipe VI para ser o candidato à liderança do Executivo. De olhos postos em “mais quatro anos de coexistência”, o socialista deixou, este sábado, a primeira promessa: aumentar o salário mínimo nacional. Houve ainda um aceno para as pensões.
Num encontro com três mil militantes socialistas em La Rinconada, em Sevilha, Pedro Sánchez – que durante os dois debates de investidura de Feijóo, na última semana, não se pronunciou – apresentou uma postura de vencedor, ao dar como certo que será convidado pelo rei de Espanha para tentar recolher os apoios necessários no Parlamento e, assim, ser reconduzido ao cargo de primeiro-ministro.
“Estamos a pedir o voto para a investidura de quatro anos de um Governo progressista”, referiu, citado pelo jornal “El Mundo”, porém, sem mencionar as negociações que tem mantido com os partidos independentistas catalães sobre uma possível amnistia ou a realização de um referendo.
Feijóo está “satisfeito”
No arranque da campanha para a investidura – debate que vai acontecer após o monarca espanhol consultar as forças políticas parlamentares –, Sánchez prometeu reformar o Estatuto dos Trabalhadores para que, todos os anos, o salário mínimo corresponda a 60% do salário médio em Espanha. Pediu ainda a confiança dos parlamentares para que todos os anos seja possível "encher o cofrinho das pensões e haja mais 5 mil milhões” disponíveis.
Enquanto Sánchez discursava, dizendo que se sente com “mais vontade, mais força e mais argumentos do que nunca”, Feijóo também participava no primeiro evento público após o fracasso no Congresso dos Deputados.
No Fórum La Toja, na Galiza, o líder do PP disse “estar satisfeito” por “não ter cedido a nenhuma chantagem”. “Aceitar condições que excedam o quadro do Estado de Direito não pode ser feito por nenhum candidato à presidência do Governo”, afirmou, numa clara crítica às negociações do PSOE com os catalães.