Manifestantes antigovernamentais ucranianos envolveram-se em violentos confrontos com a polícia. O Parlamento foi cercado e a sede do partido do presidente invadida, no meio de um combate com pedras, "cocktails molotov", gás lacrimogéneo, granadas de atordoamento e balas de borracha. Pelo menos 22 pessoas morreram, entre civis e polícias, centenas ficaram feridas.
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Manifestantes antigovernamentais ucranianos atacaram e ocuparam a sede do partido do presidente, perto do Parlamento, depois de romperem o cordão policial que protegia o edifício da assembleia e se envolverem em confrontos com a polícia.
Desde finais de janeiro que não se registavam confrontos entre manifestantes e polícia. Na altura, também em frente ao Parlamento, quatro pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas.
Segundo um jornalista da agência France Press no local, várias centenas de manifestantes atacaram o edifício com 'cocktails molotov', partindo os vidros das janelas com pedras. Pouco antes, parte dos milhares de manifestantes junto do Parlamento romperam o cordão policial e envolveram-se em confrontos com a polícia antimotim.
A polícia usou gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento e disparou balas de borracha para tentar conter os manifestantes, que lançaram pedras contra a polícia.
A Rússia reagiu entretanto a estes acontecimentos, defendendo que o regresso da violência à Ucrânia é "resultado" da política dos ocidentais que encorajam esta escalada.
"O que está a acontecer é o resultado direto da política de apaziguamento dos políticos ocidentais e das estruturas europeias que, desde o início da crise, fecharam os olhos aos atos agressivos das forças radicais na Ucrânia, encorajando a escalada e as provocações contra o poder legal", criticou, num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do Presidente Viktor Ianukovitch de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia.
Depois dos confrontos do final de janeiro, desencadeados pela aprovação de legislação limitadora do direito de manifestação, Governo e oposição iniciaram negociações que levaram à demissão do primeiro-ministro, Mikola Azarov, e a evacuação da câmara municipal de Kiev e de outros edifícios públicos ocupados por manifestantes.
O processo negocial permitiu ainda a aprovação de uma amnistia para todos os manifestantes detidos em confrontos com a polícia.