O desabamento da mina Bulla Loca, no sul da Venezuela, na terça-feira, provocou pelo menos 30 mortos, número esse que ainda pode subir. De acordo com as autoridades locais, ainda falta determinar o número total de feridos e soterrados.
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O acidente, segundo o jornal espanhol "El País", ocorreu no estado venezuelano de Bolívar, na fronteira com o Brasil, numa mina artesanal a céu aberto.
O desabamento causou uma fenda de cerca de 35 metros, segundo avançam os meios de comunicação locais, que realçam que a mina Bulla Loca apenas começou a ser explorada há seis meses.
Até agora foram levados dois mortos e dois feridos para um centro de saúde local, segundo confirmou Édgar Colina, secretário de segurança pública de Bolívar, à agência EFE. Já Yorgi Arciniega, autarca de Angostura, onde se situa a mina, refere que pelo menos 30 pessoas morreram e 100 ficaram soterradas.
De acordo com uma investigação realizada em conjunto entre o "El País" e a plataforma Armando.info, nos estados venezuelanos Amazonas e Bolívar existem, pelo menos, 3700 pontos de atividade mineira e uma rede de tráfico de ouro e drogas.
O negócio do ouro, em grande parte gerido por grupos criminosos, tem vindo a crescer na Venezuela desde que o presidente, Nicolás Maduro, decretou, em 2016, a criação do megaprojeto Arco Mineiro do Orinoco, uma enorme zona para exploração de recursos minerais. Em uníssono com a crise económica que dizimou o poder de compra dos venezuelanos, a exploração do ouro impulsionou a migração para o sul do país em busca de rendimentos.