Um ataque aéreo de Israel sobre uma escola da ONU em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, provocou a morte a pelo menos 37 pessoas. ONU acusa Israel de atacar escola "sem aviso prévio".
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As forças israelitas atingiram na madrugada desta quinta-feira uma escola das Nações Unidas, no centro de Gaza, no que descreveram como um ataque aéreo “preciso” que visou eliminar entre “20 e 30” combatentes do Hamas que, alegaram, usavam a escola como centro de operações. Nas instalações, da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), que acolhiam cerca de 6000 civis deslocados, morreram pelo menos 40 pessoas, incluindo mulheres e crianças. A UNRWA acusa Israel de ter atacado “sem aviso prévio”.
Os mísseis atingiram o segundo e terceiro andares da Escola al-Sardi, em Deir al-Balah, onde a ONU, que já pediu uma investigação ao ataque, disse que estavam a viver 6000 deslocados. Muitos dos mortos foram levados para o Hospital al-Aqsa, também em Deir al-Balah, onde os corpos foram alinhados no pátio, mostravam imagens que ontem circulavam nas redes sociais. Entre eles estavam, segundo um repórter da agência Associated Press que se encontrava no local e registos do hospital, 14 crianças e nove mulheres.
Um porta-voz militar, Peter Lerner, citado pelo jornal “The Guardian”, disse não ter conhecimento de nenhuma vítima civil. Lerner alegou que uma célula do Hamas estava a usar a escola como centro de comando e controlo, sem fornecer provas.
Hamas rejeita alegações
Alegação que Ismail Al-Thawabta, diretor do gabinete de comunicação do Governo gerido pelo Hamas, desmentiu: “A ocupação [Israel] usa histórias falsas e fabricadas para justificar o crime brutal que conduziu contra dezenas de pessoas deslocadas”.
O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, assinalou: “As alegações de que grupos armados podem ter estado dentro do abrigo são chocantes. No entanto, não podemos verificar essas afirmações. Atacar ou usar edifícios da ONU para fins militares é um flagrante desrespeito pelo direito humanitário internacional”.
Portugal apela à libertação dos reféns
Os líderes de 17 países, incluindo Portugal e Brasil, apelaram ao Hamas para que aceite o acordo de cessar-fogo anunciado por Joe Biden. “Não há tempo a perder. Apelamos ao Hamas para que feche este acordo, com o qual Israel está pronto para avançar, e inicie o processo de libertação dos nossos cidadãos”, disseram numa declaração conjunta.