Pelo menos 43 pessoas escaparam de envenenamento após o consumo de uma bebida tradicional chamada maheu, feita à base de farinha de milho e açúcar, em Macate, Manica, centro de Moçambique.
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"Uma equipa foi enviada para terreno para fazer a perícia, pois há suspeita de o tambor onde foi confecionada a bebida ter produtos químicos tóxicos", declarou à Lusa Bartolomeu Amone, chefe das Relações Públicas no Comando da Polícia de Manica.
As vítimas, disse Bartolomeu Amone, começaram a manifestar sintomas de fraqueza, acompanhados de diarreias e vómitos, após o consumo da bebida, tendo sido tratadas no hospital local.
"Estamos ainda a investigar. Não há detidos nem um processo criminal, apenas decorre o inquérito que nos vai esclarecer o sucedido", afirmou Bartolomeu Amone.
Estes acontecimentos deram-se na quarta-feira à tarde, num bairro do novo distrito de Macate, a sul de Chimoio, capital de Manica, quando um grupo de pessoas participava numa reunião tradicional para o consumo de maheu, após o regresso do trabalho, numa zona onde frequentemente se vende cabanga, uma bebida alcoólica feita com uma receita semelhante à que provocou uma tragédia na província vizinha de Tete.
Há duas semanas uma intoxicação provocou a morte de 79 pessoas e dezenas de internamentos em Chitima, sede do distrito de Cahora Bassa, devido à ingestão de phombe, uma bebida alcoólica tradicional de fabrico caseiro à base de mapira, farelo de milho e açúcar, deixando o país em luto nacional durante três dias.
A última vítima da intoxicação de Chitima, internada há 15 dias no hospital local, teve alta na quarta-feira, após últimas análises concluírem que estava fora de perigo.
As autoridades moçambicanas continuam a aguardar pelos resultados das análises ao phombe, em laboratórios no estrangeiro, incluindo Portugal, para apurar a causa da tragédia.