Pelo menos 45 pessoas foram, este domingo, mortas num ataque desencadeado ao amanhecer numa aldeia no estado nigeriano de Bénoué, a sul de Abuja, por homens suspeitos de serem criadores de gado.
Corpo do artigo
"Quarenta e cinco pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas esta manhã num ataque da aldeia de Egba, no estado de Bénoué, aparentemente por criadores de gado", disse o porta-voz da polícia do estado, Austin Ezeani.
"Várias pessoas ficaram feridas neste ataque com catanas e armas de fogo", acrescentou.
Um deputado local, Audu Sule, referiu que o ataque fez 50 mortos.
"Cerca de 50 pessoas foram mortas na aldeia de Egba, que faz parte do meu círculo eleitoral, num ataque ao amanhecer", disse. Os agressores, em grande número, "estavam armados com espingardas AK47", afirmou.
Centenas de pessoas são mortas todos os anos na Nigéria em ataques e represálias que opõem criadores de gado aos agricultores.
Em abril passado, um ataque deste tipo atribuído a criadores de gado causou mais de 79 mortos no norte da Nigéria.
Há mais de uma década, os confrontos relacionados com a ocupação da terra são frequentes entre criadores de gado muçulmanos 'fulani' e comunidades cristãs, nomeadamente no centro da Nigéria, país dividido entre um Norte de maioria muçulmana e um Sul de maioria cristã.
A violência entre comunidades de agricultores e criadores de gado causou dez mil mortos nos últimos 20 anos, no centro do país, de acordo com estimativas de organizações de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch.
Os criadores de gado queixam-se há vários anos de estarem a perder terras para a agriculturas, afirmando serem vítimas de uma discriminação sistemática.
Os conflitos diferem de estado para estado, e ganham uma perspetiva religiosa nas regiões onde os agricultores são maioritariamente cristãos.