Entre 80 e 100 pessoas foram mortas, 12 por decapitação, numa grande ofensiva lançada pelos talibãs no leste do Afeganistão, informou, esta sexta-feira, um responsável provincial.
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"Os insurgentes decapitaram 12 civis em quatro aldeias", disse o vice-governador da província de Ghazni, Mohammad Ali Ahmadi, à agência France Presse.
"Não temos números precisos, mas estimamos que entre 80 e 100 pessoas foram mortas na última semana" nesta ofensiva, acrescentou, dando conta de "intensos combates" entre "centenas de talibãs" e as forças de segurança.
"Nesta altura, a situação é muito crítica no distrito de Ajrestan. Fomos informados pelo Governo central de que foram enviados reforços", acrescentou.
O responsável adiantou que Ajrestan está prestes a cair sob controlo dos talibãs, que 60 a 70 casas foram incendiadas e que as comunicações com as forças de segurança no local são raras e difíceis.
A instabilidade no Afeganistão agravou-se com a crise política desencadeada pela contestação dos resultados das presidenciais de junho. A crise terminou no domingo com a assinatura de um acordo para a formação de um "governo de unidade" entre os dois rivais, Asraf Ghani, que assume a presidência, e Abdullah Abdullah, indigitado para a chefia do Governo.
Nos últimos meses, ofensivas dos talibãs em várias províncias desafiaram a preparação das forças de segurança afegãs, um total de 350 mil homens, treinadas desde 2001 pela força da NATO no país.
As operações de combate da NATO vão terminar no final deste ano, mantendo-se em território afegão cerca de 12 mil tropas estrangeiras para uma missão de apoio e treino.