Pelo menos 80 pessoas morreram num ataque perpetrado no domingo por homens armados a comunidades agrárias do estado nigeriano de Bénoué, no centro da Nigéria.
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Um balanço inicial divulgado no domingo dava conta de um total de 45 mortos. O ataque ocorreu na madrugada de domingo (5 horas locais, 4 em Portugal continental), quando homens armados invadiram a comunidade Egba, segundo testemunhas citadas pela imprensa local.
Os confrontos entre pastores nómadas e agricultores pela exploração de recursos são frequentes no centro da Nigéria.
Um deputado pela circunscrição de Agatu, Alhaji Sule Audu, disse aos jornalistas: "Chegaram centenas de atacantes. Até agora foram recuperados 80 cadáveres".
Segundo Sule, moradores em fuga refugiram-se em Ogbalu e Obagaji, sede do governo local de Agatu, enquanto outros continuam deslocados.
Há mais de uma década, os confrontos relacionados com a ocupação da terra são frequentes entre criadores de gado muçulmanos "fulani" e comunidades cristãs, nomeadamente no centro da Nigéria, país dividido entre um norte de maioria muçulmana e um sul de maioritariamente cristão.
A violência entre comunidades de agricultores e criadores de gado causaram dez mil mortos nos últimos 20 anos, no centro do país, de acordo com estimativas de organizações de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch.
Os criadores de gado queixam-se há vários anos de estarem a perder terras para a agriculturas, afirmando serem vítimas de uma discriminação sistemática.
Os conflitos diferem de estado para estado e ganham uma perspetiva religiosa nas regiões onde os agricultores são maioritariamente cristãos.