O presidente chinês, Xi Jinping, defendeu "consultas em pé de igualdade" entre o continente e as autoridades de Taiwan para "resolver as diferenças políticas".
Corpo do artigo
"As duas parte podem organizar consultas em pé de igualdade na base do princípio "uma única China" e alcançar um acordo razoável", disse Xi Jinping, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), num encontro com Eric Chu, o novo presidente do Partido Nacionalista chinês (KMT), que governa Taiwan.
Foi o primeiro encontro entre os líderes dos dois partidos em seis anos.
Depois da guerra civil ter acabado no continente chinês, com a vitória do PCC e a proclamação da Republica Popular da China, em 1949, o antigo governo do KMT refugiou-se na ilha de Taiwan, a cerca de 200 quilómetros da costa leste chinesa, onde continua a identificar-se como representante da Republica da China (sem o adjetivo "popular").
Pequim defende a "reunificação pacífica" segunda a mesma formula adotada para Hong Kong e Macau ("Um país, dois sistemas"), mas ameaça "usar a força" se a ilha declarar a independência.
No encontro desta segunda-feira, Xi Jinping disse que a Republica Popular da China está disposta a "partilhar as suas oportunidades de desenvolvimento com os compatriotas de Taiwan", relatou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
"Estamos dispostos a dar prioridade a Taiwan no processo de abertura. A nossa abertura a Taiwan será maior", afirmou Xi Jinping, citado pela Xinhua.
O encontro, descrito como histórico na imprensa oficial chinesa, decorreu no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim.
Nos últimos anos, apesar das persistentes rivalidades políticas, a Republica Popular da China tornou-se o maior parceiro económico de Taiwan e em 2008, pela primeira vez em mais de meio século, as ligações diretas entre o continente e a ilha foram restauradas.
"As relações económicas aumentaram significativamente e em termos políticos, apesar dos altos e baixos em Taiwan, a tendência geral é boa", afirmou Gao Zhikai, um dos mais conhecidos comentadores políticos da televisão chinesa.
"A reunificação continua a ser o objetivo. Nunca desistiremos dele, mas não há necessidade de apressar o processo", acrescentou.
Quase tudo o que na década de 1980 era "made in Taiwan" - sapatos, brinquedos e outros artigos de produção intensiva - é agora "made in China", em fábricas dos mesmos patrões e com mão-de-obra mais barata.
Em novembro passado, 80.000 empresas com capitais de Taiwan estabelecidas no continente empregavam 15,6 milhões de pessoas - o equivalente a mais de metade da população da ilha. "A integração económica já está a acontecer", realçou Gao Zhikai.