Pequim "pronta para lutar" após fim de exercícios militares no Estreito de Taiwan
O Governo chinês anunciou, esta segunda-feira, que concluiu "com sucesso" os exercícios militares ao redor da ilha Formosa. O terceiro e último dia de manobras realizadas por Pequim contou com 12 navios de guerra e 91 aeronaves, segundo o Ministério de Defesa taiwanês.
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Uma porta-voz do Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular (ELP) afirmou que "as operações testaram exaustivamente a capacidade integrada de combate conjunto dos múltiplos serviços e armas do ELP em condições reais de combate". As tropas de Pequim "estão bem preparadas para lutar em todos os momentos e resolutamente vão esmagar as tentativas separatistas de 'independência de Taiwan' e a interferência estrangeira de qualquer forma".
O Ministério da Defesa taiwanês detetou, esta segunda-feira, 12 navios de guerra e 91 aviões chineses, das quais 54 terão cruzado a linha mediana entre a ilha e a China continental. Um dos porta-aviões da República Popular, o Shandong, participou nas manobras. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Formosa, citado pela agência France-Presse (AFP), acusou Pequim de "intencionalmente" usar os "exercícios militares para minar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan".
As operações realizadas pelo ELP são uma resposta ao encontro da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, com o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na passada quarta-feira. A tensão na região é a maior desde agosto, quando a antecessora de McCarthy, Nancy Pelosi, visitou a ilha, numa viagem encarada por Pequim como uma "provocação" e que rendeu semanas de manobras militares.
Reação norte-americana
O Governo dos Estados Unidos enviou, esta segunda-feira, o navio contratorpedeiro lança-mísseis USS Milius para realizar uma operação no mar do Sul da China, medida considerada ilegal pelas autoridades chinesas. A Marinha norte-americana alegou que respeitou "os direitos, liberdades e usos legais do mar" ao navegar perto das Ilhas Spratly, reinvindicadas pela China, Taiwan, Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei.
Em plena escalada de tensões na região, o secretário de Estado dos EUA vai visitar o Vietname no fim de semana. Antony Blinken discutirá em Hanói uma "visão compartilhada de uma região indo-pacífica conectada, próspera, pacífica e resiliente" com as autoridades vietnamitas, segundo comunicado do Departamento de Estado. O representante da diplomacia norte-americana segue depois para o Japão, onde ocorrerá a reunião de ministros de Negócios Estrangeiros do G7.
Apoio de Moscovo
O Governo russo apoiou nesta segunda-feira os exercícios militares de Pequim no Estreito de Taiwan. "Testemunhamos vários atos de caráter provocativo em relação à República Popular da China", disse um porta-voz do Kremlin, citado pela AFP. "A China tem o direito soberano de responder a estes atos provocativos, inclusive com manobras militares, em estrita conformidade com o direito internacional", completou.