Perto de um milhão de residentes na China fizeram um pedido de visto para visitar Macau e Hong Kong, depois de Pequim ter aliviado as restrições anti-covid-19, anunciaram esta sexta-feira as autoridades de imigração do país.
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Os pedidos de visto aumentaram 147,6% em relação ao período anterior à mudança da política chinesa para a pandemia, disse Liu Haitao, diretor-geral do departamento de inspeção e gestão das fronteiras da Administração Nacional de Imigração, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.
Entretanto, centenas de residentes de Hong Kong esperaram hoje horas no terminal marítimo de Sheung Wan para adquirir bilhetes de barco para Macau, depois de ter sido lançada uma promoção turística para visitar o território, ainda de acordo com a publicação em língua inglesa.
Entre 13 de janeiro e 31 de março, quem adquirir um bilhete de barco ou de autocarro para visitar Macau terá direito a outro de regresso, "não podendo o retorno ser no mesmo dia da ida, para incentivar os visitantes a pernoitar em Macau e aumentar o tempo de permanência na cidade", escreveu a Direção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau num comunicado.
Ainda de acordo com a DST, o número de visitantes na região administrativa especial tem vindo a aumentar nos últimos dias. Na quinta-feira, Macau recebeu 40 mil visitantes, "ultrapassando pela primeira vez este ano a fasquia dos 40 mil visitantes".
Apesar do aumento, as autoridades locais disseram na quinta-feira esperar um máximo de 50 mil visitantes diários durante o Ano Novo Lunar, menos 70% do que antes da pandemia, devido à situação ainda irregular dos transportes marítimos e aéreos.
"Ainda há o problema dos transportes, não vamos conseguir ter todas as carreiras de 'ferries' a funcionar como antes da pandemia [de covid-19]. É impossível a retoma total dos voos e, por isso, é mais uma questão dos transportes que trazem os turistas", justificou o diretor substituto da Direção dos Serviços de Turismo (DST), Cheng Wai Tong.
Durante o Ano Novo Lunar de 2019, visitaram Macau 170 mil turistas por dia, sublinhou o responsável. "Não vamos conseguir de um momento para o outro registar o mesmo número de visitantes" que em 2019, notou.
Relativamente às reservas hoteleiras para a época festiva, que este ano calha entre 22 e 28 de janeiro, o representante da DST sublinhou que, neste momento, a taxa situa-se entre os 30 e os 50%.
O setor hoteleiro, severamente afetado pela pandemia, ainda "não consegue dispor de todos os quartos", constatou Cheng. E enfatizou que a causa é a falta de mão-de-obra: "Neste momento estão a ser feitos ajustamentos, [os hotéis] precisam de tempo para recrutar trabalhadores".
Macau, que à semelhança do interior da China seguiu a política de "zero covid", cancelou recentemente a maioria das medidas de prevenção e contenção, após quase três anos de rigorosas restrições.
Os turistas chineses podem agora entrar no território sem apresentar um resultado negativo à covid-19.