A Polícia espanhola dispersou hoje à noite, em Madrid, grupos de manifestantes que protestavam junto à sede nacional do PSOE, o partido socialista espanhol, depois de algumas pessoas encapuzadas terem lançado objetos contra o cordão policial.
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Os agentes usaram balas de borracha e gás lacrimogéneo contra um grupo de manifestantes e detiveram nas proximidades cerca de 20 participantes no protesto, que, segundo a Delegação do Governo (similar aos antigos governos civis em Portugal), reuniu cerca de 1700 pessoas.
Depois de uma hora de concentração na Rua Ferraz, onde se localiza a sede nacional do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), começaram a formar-se os primeiros alinhamentos de encapuzados e foram lançadas garrafas e outros objetos contra a coluna policial, com insultos e críticas à força de segurança, relatou a agência noticiosa espanhola Efe.
Como em dias anteriores, o núcleo central dos protestos foi a zona da Rua Ferraz, mas hoje cerca de 500 manifestantes estiveram junto ao Congresso dos Deputados, um número divulgado pela Delegação do Governo.
O PSOE foi o segundo partido mais votado nas eleições nacionais e o socialista Pedro Sánchez espera ser reconduzido primeiro-ministro na próxima semana, depois de já ter havido no final de setembro uma tentativa falhada de formação de um Governo de direita do Partido Popular (PP).
Sánchez pediu hoje à direita para aceitar os resultados das eleições de 23 de julho e a legitimidade do próximo Governo, num momento em que tem havido manifestações diárias nas ruas de várias cidades contra os acordos fechados pelo PSOE para continuar no Governo, em especial contra a amnistia de independentistas catalães negociada com partidos da Catalunha.
As manifestações diárias têm sido convocadas para a frente de sedes do PSOE nas redes sociais por grupos de extrema-direita e são apoiadas pelo partido Vox, a terceira maior formação no parlamento de Espanha.
O PP demarcou-se destas manifestações, que no caso de Madrid já acabaram por diversas vezes com distúrbios e cargas policiais, além de serem entoados cânticos e exibidos símbolos fascistas e da ditadura espanhola de Francisco Franco.
Mas o PP tem apelado também ao protesto, pacífico, e convocou manifestações para domingo em 52 cidades espanholas.
Pedro Sánchez disse hoje, no congresso do Partido Socialista Europeu, na cidade espanhola de Málaga, que haverá estabilidade política e convivência entre espanhóis nos próximos quatro anos.