Polícia moçambicana segue teoria de "ajuste de contas" na morte de pai de sequestradores
A polícia moçambicana apontou, esta quinta-feira, o ajuste de contas como provável causa do assassínio do pai de um homem condenado a 15 anos de cadeia por envolvimento em sequestros e de um outro acusado pelos mesmos delitos.
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Bernardo Timana, um conhecido da polícia moçambicana pela sua alegada participação em crimes dos quais foi sempre absolvido, foi na terça-feira abatido a tiro, nos arredores de Maputo, por quatro homens que seguiam num jipe.
Em declarações à imprensa, o porta-voz da polícia moçambicana na cidade de Maputo, Orlando Modumana, afirmou que a corporação está a seguir a tese de ajuste de contas para encontrar os autores do homicídio.
"A polícia trabalha com indícios e acredita que a morte deste cidadão pode ter sido perpetrada por indivíduos do seu ramo de atividade, o crime. Trata-se de um indivíduo que foi chamado pelo Ministério Público para responder pelo seu envolvimento em casos criminais", disse Orlando Modumane.
Segundo disse, o facto de os autores do homicídio seguirem num jipe idêntico ao da vítima, terem exigido que mostrasse documentos, aparentemente para se certificarem da sua identidade, e não ter havido roubo, pode consubstanciar a tese de um ajuste de contas.
A vítima era pai de Arlindo Timana, recentemente condenado a 15 anos de cadeia em conexão com a onda de sequestros que tem afetado a capital moçambicana, e de Ernesto Timana, que está a ser julgado por alegada participação em sequestros.
Bernardo Timana tem várias passagens pela polícia, mas sempre foi absolvido dos crimes de que era indiciado, incluindo no assassínio, em 2005, do então diretor-geral da Cadeia Central de Maputo, Jorge Microsse, por falta de provas.