Polícia usa gás lacrimogéneo contra manifestantes que queimam pneus e atiram pedras em Díli
Os protestos de estudantes universitários em Díli intensificaram-se ao final da manhã com os manifestantes a queimarem pneus e a atirarem pedras contra a polícia, que respondeu com disparos de gás lacrimogéneo.
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Os distúrbios estão a afetar a zona do Palácio do Governo, do Banco Nacional Ultramarino, do Páteo, da Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL) e do Ministério da Justiça.
Durante o período da manhã, a Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) condicionou a manifestação realizada pelos estudantes em frente à UNTL.
Estudantes de outras universidades tentaram derrubar as barreiras de segurança colocadas pela polícia para alcançar o Parlamento Nacional timorense, mas foram dispersos com gás lacrimogéneo.
Depois de chegarem a um entendimento com as forças de segurança e voltarem ao protesto perto do Arquivo e Museu da Resistência, os estudantes começaram a queimar pneus e a juntar pedras, incluindo as dos passeios, para depois serem atiradas contra a polícia.
As forças de segurança voltaram novamente a dispersar os jovens com gás lacrimogéneo.
Fonte do comando das operações de Díli disse à Lusa que o protesto junta cerca de 500 jovens, que estão agora dispersos em vários grupos ao redor do perímetro da UNTL.
Os estudantes de quatro universidades de Timor-Leste iniciaram segunda-feira um protesto contra as regalias dos deputados, que acabou por ser disperso com gás lacrimogéneo pela polícia, depois de os manifestantes atirarem pedras e outros objetos contra o Parlamento Nacional, onde decorria a abertura da terceira sessão da sexta legislatura.
O protesto levou a maioria parlamentar a recuar na decisão da aquisição de novas viaturas para os deputados.
Os estudantes reivindicam também o fim das pensões vitalícias, alterações à lei da manifestação e a afetação de verbas significativas para setores que consideram estratégicos para o desenvolvimento do país.
O porta-voz dos manifestantes, Caetano da Cruz, afirmou à Lusa que o protesto visa também expressar o descontentamento com o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
Caetano da Cruz reforçou que os estudantes mantêm o princípio de continuar a lutar pelo bem-estar do povo e exigir que os deputados renunciem a estes benefícios.
O comandante das operações nacionais da PNTL, superintendente-chefe Justino Menezes, disse hoje à Lusa que já pediu aos jovens para pararem com os protestos.
"Já falámos com os porta-vozes dos estudantes e eles cooperaram, mas outros estudantes não quiseram ouvir", acrescentou.