Um polícia da Universidade da Califórnia, em Davis, usou "spray" de gás-pimenta contra um grupo de alunos, pertencentes ao movimento "Ocupar Wall Street", durante uma manifestação, em Novembro de 2011. As conclusões sobre o incidente foram, agora, apuradas num relatório oficial publicado por uma comissão da universidade.
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A atitude do polícia que atacou um grupo de alunos com "spray" de gás-pimenta foi condenada por uma comissão da Universidade de Califórnia-Davis, especialmente criada para investigar o sucedido no dia da manifestação.
O relatório, publicado na quarta-feira, responsabiliza o polícia e os membros da administração da universidade por não terem conseguido lidar com a manifestação de Novembro de 2011. "A nossa conclusão é breve e explícita. O incidente do ataque com gás-pimenta devia e podia ter sido evitado", refere uma das linhas do documento.
A comissão de 13 membros, presidida pelo ex-juíz do Supremo Tribunal, Cruz Reynoso, explicou no relatório, quais os procedimentos policiais e administrativos usados durante o protesto e quais as medidas futuras a tomar para que o incidente não se repita. "Os admimistradores da universidade irão estudar as recomendações do relatório e desenvolver um palno de acção que asegure tanto a liberdade de expressão como a segurança dos alunos", garantiu Linda Katehi, chanceler da instituição de ensino.
Apesar de a Universidade da Califórnia ter prometido mudanças na gerência de situações conflituosas dentro do "campus", a força policial envolvida no caso continua a afirmar que o uso do "spray" de gás-pimenta foi necessário e que tudo correu dentro das normas estabelecidas.
Os polícias apelidam o grupo de manifestantes de "hóstil" e referem que o gás-pimenta foi uma forma de defesa e de imobilização dos elementos mais problemáticos. John Bakhit, advogado do sindicato da polícia do "campus" universitário, reforça o argumento dos oficiais explicando que "os protestantes não obedeceram à ordem de dispersão e não deixaram a polícia sair do local até que os alunos detidos" e que "os oficiais estiveram bastante calmos tendo em conta as circunstâncias".
Fatima Sbeih, uma das alunas envolvidas no incidente que estão em processo judicial contra a universidade, está satisfeita com as conclusões e recomendações do relatório, mas no entanto reforça que "os alunos têm o direito a manifestarem-se e que a universidade o deve respeitar".