Políticos de Nova Iorque presos em ação contra detenção de imigrantes em edifício federal
Mais de uma dúzia de políticos de Nova Iorque foram detidos na quinta-feira num protesto dentro e fora de um edifício federal utilizado pelo Serviço de Imigração e Alfândega como centro de detenção, criticado pela falta de condições.
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O edifício tem sido palco de detenções de imigrantes por parte de agentes mascarados do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) nos últimos meses, que os transferem para um centro de detenção interno que está sujeito a melhorias determinadas pelo tribunal.
Entre os políticos detidos, todos democratas, estão o diretor financeiro municipal, Brad Lander, o provedor da justiça, Jumaane Williams, os legisladores estaduais Julia Salazar e Gustavo Rivera, e as legisladoras locais Marcela Mitaynes e Jessica González Rojas, de acordo com os meios de comunicação locais e publicações nas redes sociais.
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Esta não é a primeira vez que os políticos organizam protestos neste edifício contra as políticas de detenção e deportação da administração Trump, acabando por ser detidos por desobediência civil e posteriormente libertados.
De acordo com a Coligação de Imigração de Nova Iorque, as autoridades detiveram na quinta-feira um total de 75 pessoas, a maioria ativistas, incluindo onze políticos, que realizaram um protesto no décimo andar do edifício, onde o ICE detém imigrantes e exigiu supervisão das suas condições.
A candidata democrata à presidência da Câmara de Nova Iorque, Zohran Mamdani, manifestou solidariedade à causa na rede social X e denunciou as "condições desumanas" do ICE no edifício, que os seus colegas pretendiam inspecionar.
Em agosto, o juiz federal Lewis Kaplan proibiu o ICE de manter pessoas em condições insalubres e, na quarta-feira, insistiu que o Governo cumprisse a sua ordem, que inclui a proibição de sobrelotação e a exigência de acesso a colchões, higiene e contacto com advogados, entre outras medidas.
Lander, numa conferência de imprensa após a sua libertação, sublinhou que as autoridades policiais não permitiram o acesso dos políticos às instalações onde os imigrantes estão detidos e bloquearam a porta com "fita e corda".
"Quando nos pediram para sair, dissemos que não sairíamos até vermos as condições em que os nossos cidadãos estão a ser detidos de forma cruel e ilegal. Deixámos claro que não sairíamos, e depois prenderam-nos", realçou Lander, citado pelo 'site' AMNY.