"Porque é que não volta para o seu país?". Republicana Marjorie Taylor Greene ataca jornalista britânica

A congressista republicana Marjorie Taylor Greene
Foto: Drew Angerer / AFP
A republicana Marjorie Taylor Greene disse a uma jornalista britânica para "voltar ao seu país" quando esta tentava perguntar sobre a recente controvérsia da divulgação de planos militares entre as autoridades de segurança nacional da administração Trump num chat de grupo no Signal, que incluía um jornalista.
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A interação entre a congressista e a jornalista Martha Kelner, da "Sky News", aconteceu na quarta-feira e foi captada em vídeo. “De que país é que és?”, perguntou Marjorie Taylor Greene à jornalista, que lhe respondeu ser "do Reino Unido”.
“Não queremos saber da sua opinião e das suas reportagens. Porque é que não volta para o seu país?”, questionou Greene, apontando para a jornalista. “Vocês deviam preocupar-se com as vossas próprias fronteiras. Deixem-me dizer-vos uma coisa, vocês preocupam-se com as pessoas do vosso país? “E todas as mulheres que são violadas por migrantes, importam-se? Ok, já acabou”, rematou.
Quando Kelner lhe perguntou sobre as vidas dos soldados norte-americanos que poderiam estar em maior risco após a fuga de informação para o "The Atlantic", Greene respondeu: "Não me importo com as suas notícias falsas".
Afastando-se da jornalista, apontou para um repórter, que disse: "Sou americano e gostaria de ouvir a sua resposta ao que ela está a perguntar".
Durante a interação, um jornalista norte-americano redirecionou a conversa para a pergunta da jornalista britânica. “Não vou responder à pergunta dela porque não me importo com a emissora dela. Se quiser perguntar, eu posso responder”, disse a congressista.
O jornalista continuou a interrogá-la sobre “o completo desrespeito pela segurança operacional do mais alto nível desta administração”, referindo-se ao chat do Signal, onde foram divulgadas informações sobre um ataque aéreo dos EUA contra os Huthis no Iémen sem o conhecimento do editor-chefe do "The Atlantic", Jeffrey Goldberg.
“Quer saber sobre o desrespeito total pela segurança operacional? Deve falar sobre a administração Biden, como rasgaram as nossas fronteiras aos terroristas, aos cartéis, ao tráfico sexual de crianças, ao tráfico de pessoas e ao tráfico de droga através das nossas fronteiras durante quatro anos”, afirmou. “A administração Trump está a fazer um ótimo trabalho e eu apoio as suas declarações. O meu comentário para vocês é que estou grata ao presidente Trump por nos estar a tirar das guerras, por estar a acabar com a guerra na Ucrânia, onde vidas americanas poderiam ter sido terminadas se Joe Biden ainda fosse presidente hoje, quer ele gostasse ou não”.
No ano passado, Greene disse à ex-jornalista da "BBC" Emily Maitlis para "se f..." após lhe ter perguntado sobre a disseminação de uma teoria da conspiração antissemita de que um incêndio florestal na Califórnia tinha sido iniciado por um raio laser vindo do espaço.
Já em 2022, Greene também disse à jornalista britânica Siobhan Kennedy, do "Channel 4", para regressar ao seu país. “Tens esfaqueamentos em massa, menina. Tens todo o tipo de assassinatos e tens leis contra isso. Podes voltar para o teu país e preocupar-te com a tua falta de armas”, disse ela.

