Portugal acompanha com "preocupação a deterioração" da situação no Mali, apela à coordenação internacional no quadro da ONU e considera relevante a ação militar francesa, refere uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que Portugal tem vindo a acompanhar com a "maior preocupação a deterioração da situação" no norte do Mali, nomeadamente os ataques de grupos terroristas e extremistas contras as forças armadas malianas.
"Estes desenvolvimentos vêm pôr em causa a já frágil estabilidade do país, bem como a sua integridade territorial. Representam também uma ameaça real à paz e segurança internacionais", indica o ministério tutelado por Paulo Portas.
Portugal considera ainda que a ação militar francesa, em coordenação com as instituições internacionais e regionais "relevantes" neste processo, constitui um "contributo importante" para evitar a "tendência de desestabilização da região".
A "situação torna mais premente a necessidade de uma estreita coordenação internacional com vista à restauração da estabilidade e da autoridade Estadual no Mali, no respeito pelas Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas 2085 e 2071",sublinha o ministério português, que reitera o apelo emitido a 12 de janeiro, em que desaconselha todas as deslocações ao país.
Militares franceses e africanos estão, desde sexta-feira, a apoiar o exército do Mali numa contraofensiva no centro do país para impedir o avanço dos islamitas para sul.
O norte do Mali é desde abril de 2012 um reduto dos grupos islamitas al-Qaeda do Magrebe Islâmico (Aqmi), Ansar Dine e Movimento para a Unidade e da Jihad no Oeste Africano (Mujao), que expulsaram desta vasta região os tuaregues independentistas com o objetivo de impor a 'sharia' (lei islâmica).
No domingo, as forças francesas bombardearam, pela primeira vez, as posições islamitas em Gao e Kidal, localidades centrais dos territórios controlados pelos rebeldes.