Portugal anunciou, esta sexta-feira, perante os países aliados reunidos na base aérea de Ramstein, na Alemanha, que vai reforçar o seu apoio militar e humanitário à Ucrânia, com o envio de mais carros blindados de socorro médico.
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Em declarações à Lusa, no final da reunião do grupo de contacto para a Ucrânia, que reuniu hoje em Ramstein, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, salientou o "espírito de unidade, coesão e determinação" entre os aliados de Kiev.
"Estamos e continuamos juntos e determinados", assegurou Helena Carreiras, referindo a intenção de reforço da ajuda militar por parte dos mais de 50 países do grupo, incluindo Portugal, que anunciou novo apoio de equipamento de combate e de socorro médico.
"Vamos enviar cinco viaturas blindadas de socorro", disse a ministra, referindo-se a três viaturas blindadas de tipo M113, preparadas para o transporte de feridos, e dois carros blindados de tipo M577, na versão médica, adequada para a montagem de postos avançados de socorro.
Perante os membros do grupo de contacto para a Ucrânia, Portugal anunciou ainda o reforço de envio de munições de calibre 105mm.
Helena Carreiras disse que a reunião de hoje serviu prioritariamente para os países aliados de Kiev discutirem a questão da manutenção do equipamento já enviado para o teatro de guerra.
"Ao fim de um ano de guerra, percebemos que a logística de apoio, para além do envio de material, deve lidar também com a manutenção do equipamento militar", explicou a ministra da Defesa.
À margem da reunião do grupo de contacto, Helena Carreiras participou ainda num encontro da "coligação de tanques", que associa todos os países que já enviaram carros blindados de combate para a Ucrânia, incluindo Portugal, que enviou várias unidades de tanques Leopard, de fabrico alemão.
A expectativa é que esta coligação seja alargada nos próximos meses, disse a ministra portuguesa, confiante de que no futuro haverá mais países a apoiar com carros blindados de combate.
Outra matéria discutida hoje na reunião de Ramstein foi a resposta a dar aos apelos de aviões de combate para Kiev, mas Carreiras admitiu que não houve muitos mais progressos do que aqueles que têm vindo a ser conseguidos nos últimos meses.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem insistido na necessidade de receber aviões de combate ocidentais, para fazer frente aos sucessivos ataques aéreos das forças russas.
"Percebemos essa necessidade e tentaremos dar resposta aos apelos da Ucrânia, sabendo da importância da defesa aérea para a proteção das populações e das forças militares", garantiu Helena Carreiras.
"A Ucrânia tem apresentado sucessivas listas de pedidos de equipamento militar. Temos tomado nota e procurado corresponder a essas necessidades, como continuaremos a fazer", concluiu a ministra da Defesa.