Um cidadão português é o principal suspeito do assassinato a sangue-frio de um empresário albanês. Ardian Nikulaj, que foi candidato às eleições locais na Albânia no ano passado, foi morto com sete tiros num café.
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Um português identificado como Rúben Saraiva foi apontado pelas autoridades albanesas como o autor dos disparos que mataram Ardian Nikulaj. O empresário foi assassinado a sangue frio, com sete tiros, no passado dia 19, quando estava sentado num café de que era proprietário, em Shëngjin, uma popular zona costeira da Albânia.
Entre os autores do crime estará também o cidadão albanês, Edmond Haxhia. Investigado como organizador e financiador do crime, Haxhia é sobrinho de Elton Lextakaj, alegado líder de um grupo mafioso que tinha um conflito com Nikulaj desde o fim da década de 90.
Ao todo, a polícia identificou seis suspeitos. Além de Saraiva e Haxhia, os britânicos, Harry Simson, Thomas Mithan, Steven Hunt e Harriet Bridgeman também fazem parte do grupo responsável pelo assassinato, de acordo com o jornal "albeu".
Nikulaj, que foi candidato às eleições locais albanesas pelo Partido Democrático, em 2022, foi abatido no café "Coral", em Shëngjin, no distrito de Kumanovo. Nas imagens de videovigilância, vê-se a vítima sentada a uma mesa, quando um homem, com um capacete de mota a encobrir a identidade, entra no estabelecimento e saca uma arma. Disparou vários tiros e saiu.
Segundo um comunicado da Polícia Nacional da Albânia, "foi criado um grupo especial de investigação, constituído por estruturas policiais locais e centrais do Estado, sob a direção do Ministério Público do Tribunal da Comarca de Kumanovo, com o objetivo de documentar e apurar a autoria" do crime. A equipa tomou posse imediata das imagens de videovigilância do café, que além do crime, no interior, captaram também a fuga dos suspeitos, filmados por câmaras no exterior.
De acordo com a imprensa albanesa, os suspeitos fugiram de mota e numa moto4. Além das imagens de videovigilância, a polícia recolheu "uma série de provas valiosas que serviram para documentar" o crime. A equipa especial de investigação analisou o local do homicídio e apreendeu uma arma de calibre 7,62 mm e cartuchos, um telemóvel da marca iPhone e "vestígios biológicos".
A polícia disse ter identificado os veículos utilizados para cometer o crime, tendo sido "documentada a utilização dos mesmos pelos presumíveis autores"do homicídio nos dias que antecederam o assassinato de Nikulaj. "Foram apuradas provas científicas biológicas irrefutáveis pertencentes aos autores deste grave crime".
Como resultado das investigações, "as ações dos supostos autores foram documentadas, desde o momento da organização, até o momento do assassinato de Ardian Nikulaj, bem como as dinâmicas e itinerários de todos os outros cidadãos envolvidos" no crime", informou a polícia, em comunicado. A equipa de investigação acredita que Ruben Saraiva terá deixado o país após o crime pela fronteira da Macedónia do Norte.