O Irão lançou um ataque contra Israel, no sábado à noite, em resposta ao bombardeamento israelita ao seu consulado na Síria. Foram disparados mais de 300 drones e mísseis. Há registo de uma criança ferida e uma base aérea atingida. Israel está "em alerta máximo". Comunidade internacional condena "perigoso" ataque.
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O exército israelita anunciou a reabertura, na maior parte do país, de escolas que tinham sido fechadas no sábado por razões de segurança face às ameaças do Irão.
A República Islâmica realizou um ataque sem precedentes com drones (aeronaves sem tripulante) e mísseis contra Israel durante a noite de sábado, que alegou ter "frustado" a operação com a ajuda de países aliados.
Depois de avaliar a situação, "foi decidido retomar as atividades educativas em todo o país" a partir de segunda-feira, sujeitas, no entanto, a "restrições" na zona fronteiriça com o Líbano e em localidades próximas da Faixa de Gaza, disse o porta-voz do exército, Daniel Hagari, na rede social X (antigo Twitter).
Trinta e cinco dos 47 portugueses que optaram por deixar o Irão após o ataque a Israel no sábado partiram para Istambul onde, ainda hoje, apanharão um voo para Lisboa, segundo o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
De acordo com José Cesário, os restantes oito portugueses deverão também chegar a Istambul hoje à noite ou terça-feira e depois viajar para Lisboa.
Estes portugueses que quiseram deixar o Irão após os ataques deste país a Israel estão a regressar pelos seus meios, em companhias aéreas comerciais, não tendo sido necessário, para já, a intervenção do Estado português.
José Cesário sublinhou que a situação em Israel "melhorou, existem voos comerciais e as escolas estão abertas".
No domingo, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas garantiu que "está tudo preparado se for preciso" retirar portugueses expatriados de Israel.
Segundo José Cesário, em Israel "há uma comunidade de cerca de 30 mil cidadãos com nacionalidade portuguesa" e "alguns portugueses expatriados em turismo ou a trabalhar", estando neste último caso referenciadas 13 pessoas.
O Governo português está "atento à evolução da situação", estando "tudo preparado se for preciso uma evacuação", havendo os meios para o efeito, disse.
O governante sublinhou ainda que esse acompanhamento da situação será feito em "articulação com os parceiros da União Europeia".
O Irão lançou no sábado à noite um ataque com 'drones' contra Israel "a partir do seu território", confirmou o porta-voz do exército israelita num discurso transmitido pela televisão.
Numa mensagem na rede social X, a missão iraniana junto da ONU alegou que, "de acordo com o artigo 51.º da Carta das Nações Unidas sobre a legítima defesa, a ação militar do Irão foi uma resposta à agressão do regime sionista" contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco.
As tensões entre os dois países subiram nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 01 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
A Alemanha anunciou ter convocado o embaixador iraniano em reação à medida semelhante tomada por Teerão no domingo relativamente aos embaixadores alemão, francês e britânico no contexto do ataque realizado pelo Irão contra Israel. "Posso confirmar que o embaixador iraniano foi convocado esta manhã para o Ministério dos Negócios Estrangeiros e que as discussões estão em curso", disse um porta-voz do ministério durante uma conferência de imprensa em Berlim.
Os três diplomatas europeus foram "convocados ao ministério", na sequência "das posições irresponsáveis" das autoridades daqueles países, explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão.
A Rússia apelou hoje a Israel e ao Irão para que resolvam as suas diferenças "exclusivamente por meios diplomáticos", depois de Teerão ter lançado no sábado um ataque massivo com mísseis e drones contra o território israelita. "Defendemos que todas as diferenças sejam resolvidas exclusivamente por meios políticos e diplomáticos", disse o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.
Peskov sublinhou que o Kremlin, aliado próximo do Irão, está "extremamente preocupado" com a recente escalada de tensão no Médio Oriente. "Apelamos a todos os países da região para que demonstrem moderação. Uma nova escalada não responde aos seus interesses", garantiu.
A Força Aérea de Israel divulgou imagens de caças F-35 a abater drones e mísseis iranianos lançados no sábado.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Líbano pediu o fim da escalada de tensão e violência regional e o cumprimento das resoluções internacionais para evitar "uma explosão em todo o Médio Oriente". "O Ministério apela, mais uma vez, ao fim da escalada, da ameaça de guerra e das represálias militares em todas as suas formas, assim como o retorno ao respeito das normas do direito internacional e às resoluções com legitimidade internacional como o único elemento dissuasor para evitar as consequências de uma explosão em todo o Médio Oriente", alertou num comunicado.
O ministério libanês alertou que a região está "à beira do abismo", lembrando ainda que a guerra na Faixa de Gaza - entre Israel e o Hamas, que dura há mais de seis meses - não foi interrompida devido ao fracasso na implementação de uma resolução relevante do Conselho de Segurança da ONU. "O regresso ao caminho político baseado na solução de dois Estados - Israel e Palestina - e nas resoluções relevantes das Nações Unidas falhou", denunciou a ministério libanês na sua nota.
O porta-voz da diplomacia iraniana defendeu hoje que os países ocidentais "deveriam apreciar a contenção do Irão" em relação a Israel, numa referência ao ataque de Teerão ao território israelita como retaliação por um ataque ao consulado iraniano em Damasco. Os países ocidentais "deveriam apreciar a contenção do Irão nos últimos meses", "em vez de fazer acusações", disse Nasser Kanani durante uma conferência de imprensa realizada hoje em Teerão.
Os Estados Unidos e os países europeus condenaram o ataque iraniano sem precedentes contra Israel realizado neste fim de semana, que Teerão apresentou como uma operação de "autodefesa" após o ataque de 1 de abril contra o consulado iraniano em Damasco atribuído a Israel.
A China voltou hoje a apelar à contenção de todas as partes, depois de o Irão ter disparado 300 drones e mísseis contra Israel.
"A China apela às partes para que mantenham a calma e a contenção para evitar uma nova escalada das tensões", respondeu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, quando questionado sobre se a China está preocupada em ser arrastada para um conflito.
No domingo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou a sua preocupação "com a atual escalada da situação" na região e apelou a "todas as partes para que mantenham a calma e a contenção".
A diplomacia chinesa apelou igualmente à comunidade internacional, "especialmente aos países influentes", para que desempenhem "um papel construtivo na manutenção da paz e da estabilidade regionais".
A França intercetou mísseis e drones iranianos apontados a Israel no sábado à noite, a pedido da Jordânia, disse o presidente francês, que quer "fazer tudo o que for possível para evitar uma conflagração" no Médio Oriente. "Temos uma base aérea na Jordânia (...). O espaço aéreo jordano foi violado por estes ataques. Enviámos os nossos aviões para o ar e intercetámos o que tínhamos de intercetar", declarou Emmanuel Macron, aos canais BFMTV-RMC.
Ao decidir "atacar Israel" a partir do seu território, o Irão provocou "uma rutura profunda", disse ainda.
Por outro lado, Macron afirmou esta que "quer fazer tudo o que for possível para que haja uma trégua olímpica" durante os Jogos Olímpicos de Paris, que devem ser "um momento de diplomacia e de paz". "Queremos trabalhar para uma trégua olímpica e penso que esta é uma oportunidade em que vou tentar envolver muitos dos nossos parceiros", como a China, cujo Presidente "vem a Paris dentro de algumas semanas", disse.
A autoridade de Aviação Civil do Irão reabriu hoje os aeroportos, incluindo os dois de Teerão, encerrados no dia anterior, na sequência dos ataques com mísseis e 'drones' contra Israel.
"A partir das 6 horas (3.30 horas em Portugal continental), os voos no aeroporto Imã Khomeini voltaram ao normal", anunciou o departamento de relações públicas do aeródromo internacional de Teerão.
Ebrahim Moradi, membro do conselho de administração do aeroporto internacional de Mehrabad, disse que todas as restrições de voo neste aeroporto, em Teerão, foram levantadas e os voos retomados às 5.30 horas (2 horas em Lisboa), indicou a agência de notícias Tasnim.
O embaixador do Irão em Portugal, Seyed Majid Tafreshi, anunciou, este domingo, em entrevista à RTP, que vai pedir uma reunião ao ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel "para explicar" o ataque de sábado à noite contra Israel.
O diplomata reiterou o direito à autodefesa após a destruição do consulado iraniano na Síria, no passado dia 1 de abril. "Não é retaliação, é legítima defesa", insistiu, questionado sobre o ataque com mais de 300 drones e mísseis contra território israelita.
"Temos responsabilidade partilhada (...) para falarmos de paz e segurança", defendeu Seyed Majid Tafreshi, salientando que Portugal é um estado-membro da UE. "É importante aumentar o poder da nossa voz."
Na reunião com o ministro Paulo Rangel, "vou pedir-lhe que tente por em cima da mesa toda a vossa experiência para minimizar o risco de mais tensão", explicou.
"Um navio de mísseis da marinha intercetou com sucesso o objeto usando o sistema Naval Dome", disse o exército israelita num comunicado.
"O alvo estava a ser monitorizado pelas forças das IDF [sigla em inglês das Forças de Defesa de Israel]. Não representava uma ameaça e nenhum aviso foi ativado. Não houve vítimas ou danos", concluiu.
As milícias Huthis do Iémen, aliadas do Irão, já dispararam projéteis contra Israel, pelo que é provável que este ataque tenha tido origem no sul da Península Arábica.
"Este ataque ultrapassou todas as linhas vermelhas e Israel reserva-se o direito legal de responder. Não somos o sapo na água a ferver: somos uma nação de leões", afirmou Gilad Erdan, embaixador de Israel na ONU, na sessão de emergência do Conselho de Segurança.
"Depois de um ataque tão maciço contra Israel, o mundo inteiro, e muito menos Israel, não pode ficar de braços cruzados. Defendemos o nosso futuro", continuou Gilad Erdan, que agradeceu especificamente aos Estados Unidos pelo seu apoio.
O embaixador apelou também ao Conselho de Segurança para que imponha "todas as sanções possíveis" contra o Irão, na sequência do ataque sem precedentes contra Israel realizado este sábado.
À margemda reunião, numa mensagem publicada na sua conta X, antigo Twitter, o diplomata alertou que "o Irão está mais perto do que nunca de uma bomba nuclear. Imaginem o que aconteceria se estes drones ou mísseis transportassem ogivas nucleares. Já chega [...] O Irão tem de ser travado".
"O Irão vangloriou-se publicamente deste ataque", que representa uma "grave escalada" em relação a ações anteriores, como o fornecimento de armas à milícia xiita libanesa Hezbollah.
"O Irão tem sido o arquiteto da instabilidade durante anos, através do Hamas, dos Huthis, do Hezbollah e de outros aliados, mas agora está a colocar as suas ações na linha da frente, no centro, para concretizar as suas ambições de atacar Israel", denunciou Erdan.
Por fim, embaixador israelita avisou que "Israel reserva-se o direito de tomar todas as medidas legais para se defender e defender os seus cidadãos contra este ato ilegal de agressão do regime iraniano".
O ministro do Interior francês pediu aos presidentes de câmara para que reforçassem a segurança nos locais de culto e nas escolas religiosas judaicas, na sequência do ataque do Irão a Israel e antes das celebrações do Pessach judaico.
Gérald Darmanin apelou aos responsáveis do poder local que assegurem uma presença "estática e visível" de agentes da autoridade em frente dos locais de culto e dos edifícios "mais sensíveis ou emblemáticos".
No período que antecede o Pessach, a Páscoa judaica (22 a 30 de abril), o ministro solicitou aqueles responsáveis para prestarem "especial atenção" aos "serviços e reuniões que tradicionalmente atraem um grande número de pessoas".
Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU convocada por Israel para abordar o ataque iraniano de sábado, Guterres alertou que os civis já estão a "suportar o peso e a pagar o preço mais elevado".
"É hora de recuar do abismo. (...) É vital evitar qualquer acção que possa conduzir a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Médio Oriente", apelou.
O líder das Nações Unidas reforçou que a paz e a segurança regionais - mas também "globais"- estão a ser minadas e que "nem a região, nem o mundo, podem permitir-se mais guerras".
A mensagem de contenção do ex-primeiro-ministro português foi reforçada com o lembrete de que o Direito internacional proíbe "ações de retaliação que incluem o uso da força".
As forças iranianas lançaram uma ofensiva contra Israel, em retaliação ao bombardeamento israelita ao consulado do Irão na Síria. Foram disparados mais de 300 drones e mísseis contra Israel, mas 99%, segundo Telavive foram intercetados antes de chegar ao território israelita, com a ajuda dos EUA e Reino Unido. Leia aqui o resumo do que aconteceu até agora.
Ataque iraniano em solo israelita vai ter um “preço”. Joe Biden, presidente dos EUA, quer travar conflito no Médio Oriente e opõe-se a contraofensiva.
Leia mais aqui.
José Palmeira, professor de Relações Internacionais na Universidade do Minho, acredita que o primeiro-ministro israelita pode aproveitar-se do ataque do Irão para promover os seus interesses.
Leia a entrevista ao JN aqui.
A presidente da Comissão Europeia disse este domingo que a União Europeia (UE) vai discutir novas sanções contra o Irão para conter os programas de drones e mísseis deste país, após Teerão ter usado estas armas no ataque de contra Israel.
"Em estreita cooperação com os nossos parceiros, iremos refletir sobre sanções adicionais contra o Irão, visando em particular os seus programas de drones e mísseis", afirmou Von der Leyen num vídeo difundido na sua conta na rede social X, depois de ter participado na reunião por videoconferência com os líderes do G7.
O ataque iraniano de sábado à noite "corre o risco de provocar uma escalada regional incontrolável, que deve ser evitada", defendeu a presidente da Comissão Europeia (CE), apelando à "máxima contenção" tanto de Teerão como de Israel. "Apelamos ao Irão e aos seus aliados para que cessem completamente os ataques", afirmou Von der Leyen.
A presidente da CE manifestou "solidariedade e apoio ao povo israelita" e reafirmou o "empenho inabalável" do G7 na segurança de Israel, comprometendo-se a "trabalhar para estabilizar a situação" no Médio Oriente.
"Debatemos igualmente a necessidade de pôr termo à crise de Gaza o mais rapidamente possível. Isto inclui um cessar-fogo imediato e a libertação imediata de todos os reféns do Hamas", acrescentou. Von der Leyen apelou ainda ao "aumento da distribuição de ajuda humanitária aos palestinianos necessitados".
Israel tem vários sistemas de defesa aérea, sendo o mais conhecido a Cúpula de Ferro, ao qual é atribuído uma eficácia superior a 90%. Foram desenvolvidos em cooperação com os EUA e com o seu apoio financeiro.
Veja aqui quais são os sistemas e quais os ataques que servem para intercetar.
Os Estados Unidos não participarão em qualquer retaliação israelita contra o Irão, na sequência do ataque aéreo sem precedentes contra Israel, afirmou hoje um alto responsável norte-americano, segundo a agência de notícias francesa AFP.
"Não faremos parte de qualquer resposta que pretendam dar", disse aquele responsável aos jornalistas sob condição de anonimato. E reforçou: "Não nos vemos a participar num tal ato".
Alguns membros do G7 estão a considerar designar a Guarda Revolucionária Iraniana como um grupo terrorista em resposta ao ataque do Irão a Israel no sábado à noite, disse hoje um alto funcionário dos EUA aos jornalistas.
De acordo com a fonte, citada pela agência EFE, durante a reunião de hoje, os líderes do G7 - o grupo dos países mais ricos - discutiram a designação da Guarda Revolucionária Iraniana como um grupo terrorista e também discutiram a possibilidade de impor mais sanções a Teerão.
Estas questões, de acordo com o funcionário, foram discutidas durante a reunião "com algum pormenor", mas não especificou que países estão a considerar avançar com a medida.
A possibilidade de impor sanções ou de designar a Guarda Revolucionária Iraniana como um grupo terrorista não consta do comunicado conjunto emitido no final da reunião pelos líderes da Itália, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Japão, França e Canadá, além dos da União Europeia (UE).
Os líderes do G7 reuniram-se este domingo, por videochamada, para debater a crescente tensão no Médio Oriente, depois do ataque com drones e mísseis do Irão a Israel. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que o grupo "condenou unanimemente" o ataque, mas acrescentou que "todas as partes devem dar provas de contenção".
"Continuaremos a envidar todos os esforços no sentido de desanuviar a situação. Acabar com a crise em Gaza o mais rapidamente possível, nomeadamente através de um cessar-fogo imediato, fará a diferença", acrescentou.
Uma declaração dos líderes do G7 acusa ainda o Irão de dar mais um passo "no sentido da desestabilização da região", acrescentando que Teerão "corre o risco de provocar uma escalada regional incontrolável". "Isto deve ser evitado", acrescenta a declaração.
"Continuaremos a trabalhar para estabilizar a situação e evitar uma nova escalada. Neste espírito, exigimos que o Irão e os seus representantes cessem os seus ataques e estamos prontos para tomar novas medidas em resposta a novas iniciativas desestabilizadoras."
O Exército israelita afirmou este domingo que as restrições de segurança impostas face ao ataque iraniano a Israel na noite de sábado se vão prolongar. A política defensiva "mantém-se sem mudanças até segunda-feira, às 23 horas", afirmou o Exército israelita, num comunicado oficial.
Desde sábado que estão proibidas em Israel atividades educativas, incluindo as realizadas ao ar livre, e a concentração de mais de mil pessoas em qualquer tipo de evento.
Nas zonas de Israel que fazem fronteira com o Líbano e a Faixa de Gaza as restrições são ainda mais apertadas.
Meia centena de turistas portugueses estão a sair do Irão. Cerca de 10 jovens estão num autocarro para regresssar via Turquia. Outro grupo de 35, com mais idade, espera para viajar esta segunda-feira de avião até Lisboa. De Israel, onde há 13 referenciados, o regresso será em voos comerciais, disse o Governo ao JN. Leia mais aqui.
"É em respeito da Constituição da República e da própria revolução [do 25 de Abril] que o Estado português está obrigado a ser um construtor da Paz, a ser um agente da Paz e não a ser um promotor e um incentivador da guerra", afirmou o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo.
"Condenamos esta escalada que começou de forma mais expressiva com o bombardeamento de Israel ao Consulado do Irão, em Damasco, e que teve agora esta resposta militar por parte do Irão", acrescentou. E defendeu que "é preciso acabar de uma vez por todas com o massacre e com o genocídio do povo palestiniano, reconhecer os seus direitos, reconhecer o seu Estado e o seu direito próprio ao seu próprio desenvolvimento".
"Estamos muito preocupados com esta escalada, estamos muito preocupados até onde nos vai levar esta escalada", realçou.
Paulo Raimundo reafirmou que "o Estado português tem, por respeito à Constituição e por respeito à Revolução que estamos hoje a assinalar, obrigação de ser um agente da Paz, agente do diálogo e um agente da resolução pacífica e não ser um instigador da guerra". Questionado pelos jornalistas sobre a decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de convocar o Conselho de Segurança para segunda-feira, Paulo Raimundo, insistiu no "cumprimento e respeito" pela constituição e pelo 25 de Abril.
"Para isso só há uma coisa a fazer que é o Estado português assumir todas as suas responsabilidades, todos os seus instrumentos, todos os seus meios diplomáticos para ser um dos principais instigadores da Paz e do diálogo e não o instigador da guerra", afirmou.
Um porta-voz da companhia aérea alemã Lufthansa afirmou, em declarações à AFP, que os voos de e para Telavive, em Israel, Amã, na Jordânia, e Erbil, na região curda do norte do Iraque, foram suspensos até segunda-feira.
Os voos da Lufthansa para Teerão estão suspensos desde 6 de abril.
O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, declarou este domingo, num discurso gravado na rede social X, que "os olhos de todo o Médio Oriente e de todo o mundo" estão a olhar para Israel e apelou a que se aproveitasse a ocasião para formular uma resposta que "ressoe em todo o Médio Oriente durante as gerações vindouras".
"Se o ignorarmos, Deus nos livre, colocar-nos-emos a nós próprios e aos nossos filhos numa ameaça existencial imediata", argumentou Smotrich, após o ataque iraniano de sábado com cerca de 300 drones e mísseis.
Simultaneamente, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, também ele anti-árabe e residente num colonato da Cisjordânia ocupada, afirmou que Israel tem de reagir para "criar dissuasão no Médio Oriente".
Ben Gvir afirmou que, desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, que causou 1200 mortos em solo israelita, o país está a exercer novas doutrinas de contenção e proporcionalidade, e alegou que a resposta de Israel não pode ser fraca.
O ministro da Cultura e dos Desportos, Miki Zohar, afirmou também que "uma resposta laxista" apenas serviria para dar continuidade ao "conceito obsoleto de lógica razoável face a terroristas brutais" e referiu que este conceito já "falhou" contra o Hamas antes de 7 de outubro, contra o Hezbollah, que "continua os seus ataques no norte de Israel", e avisou que "falhará contra o Irão, que "não hesitou em atacar diretamente Israel".
Benny Gantz, membro do Gabinete de Guerra israelita, líder do partido da oposição Unidade Nacional e principal adversário político do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afirmou que o Irão é "um problema global" e um desafio para Israel, e considerou que este é um bom momento para uma maior cooperação regional.
"Este incidente ainda não terminou: a aliança estratégica e o sistema de cooperação regional que construímos, que resistiram ao grande desafio (do Irão), devem ser reforçados agora mais do que nunca", sublinhou Gantz. "Perante a ameaça do Irão, construiremos uma coligação regional e garantiremos que o Irão pague o preço da forma certa e no momento certo para nós", concluiu.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) partilharam no X, antigo Twitter, um vídeo que mostra o momento em que o sistema de defesa aérea israelita intercetou os drones iranianos no ataque desta madrugada. Segundo as FDI, a taxa de interceção so sistema é de 99%.
O ministro sem pasta do Gabinete de Guerra de Israel, Benny Gantz, agradeceu à Alemanha o seu apoio a Israel, após uma reunião com a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock.
"Discutimos, em primeiro lugar e acima de tudo, o imperativo de formar uma frente global unida para contrariar a agressão iraniana encorajada diretamente e através dos seus representantes - regional e globalmente", escreveu Benny Gantz no X.
"Não procuramos uma escalada, não procuramos uma guerra alargada na região", afirmou o porta-voz do conselho de segurança da Casa Branca, John Kirby, ao canal de televisão norte-americano NBC.
Kirby disse que a última noite demonstrou a capacidade de Israel de se defender e, questionado sobre se Israel retaliará, afirmou que compete a Israel decidir.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da União Europeia (UE) vão reunir-se esta terça-feira, de forma extraordinária e por videoconferência, para analisar a situação no Médio Oriente, após o ataque que o Irão lançou no sábado contra Israel.
A reunião extraordinária é convocada pelo Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, que anunciou este domingo que a reunião terá como objetivo "contribuir para a desescalada e a segurança na região", como escreveu na rede social X (antigo Twitter).
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas garantiu hoje que "está tudo preparado se for preciso" retirar portugueses expatriados de Israel, revelando ainda que há 47 portugueses a tentar sair do Irão.
Em declarações à agência Lusa, José Cesário referiu que em Israel "há uma comunidade de cerca de 30 mil cidadãos com nacionalidade portuguesa" e "alguns portugueses expatriados em turismo ou a trabalhar", estando neste último caso referenciadas 13 pessoas. Segundo José Cesário, o Governo português está "atento à evolução da situação", estando "tudo preparado se for preciso uma evacuação", havendo os meios para o efeito. Sublinhou ainda que esse acompanhamento da situação será feito em "articulação com os parceiros da União Europeia".
Quanto aos portugueses que estejam em Israel e precisem de apoio, o mesmo responsável lembrou que devem recorrer ao Gabinete de Emergência Consular em Lisboa, por via telefónica, podendo ainda entrar em contacto com a Embaixada de Portugal em Israel. De momento, aconselhou ainda, os cidadãos portugueses devem abster-se de viajar para a região em conflito e "quem lá estiver deve cumprir as orientações das autoridades locais em matéria de segurança".
Os aeroportos do Irão suspenderam os voos até as 6 horas (horário local) de segunda-feira, de acordo com a agência de notícias estatal iraniana Tasnim.
"Os violentos ataques desencadeados pelo Irão na passada noite, dirigidos a inúmeros alvos em Israel, merecem uma condenação sem reservas", lê-se numa publicação na página oficial de Pedro Nuno Santos na rede social X (antigo Twitter).
O líder socialista defende que a paz no Médio Oriente "não se construirá através de escaladas desproporcionais dirigidas contra alvos civis, sendo fundamental que a comunidade internacional mobilize todos os meios diplomáticos para travar a escalada do conflito, de forma a poupar vidas inocentes e a garantir o não alastramento de hostilidade".
O primeiro-ministro português condenou hoje o ataque em curso do Irão a Israel, apelando à contenção nas hostilidades. Numa mensagem divulgada no seu perfil na rede social X, Luís Montenegro afirmou que "o Governo português condena veementemente o ataque do Irão a Israel". O executivo liderado pelo social-democrata "apela à contenção, em ordem a evitar uma escalada de violência".
As forças iranianas, citadas pela cadeia televisiva "Al Jazeera", dizem que o ataque teve como alvo a base israelita usada para levar a cabo o ataque ao consulado iraniano em Damasco, Síria, no início de abril. A “operação” teve como alvo “a base aérea de Nevatim, onde os aviões F-35 foram usados para atacar o consulado em Damasco”, disse o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Mohammad Hossein Bagheri, à TV estatal iraniana IRINN.
Israel afirmou, este domingo, que 99% dos mais de 300 drones e mísseis disparados pelo Irão, no ataque de sábado à noite, foram intercetados, e que a defesa israelita foi um "êxito estratégico muito significativo".
Teerão disparou 170 drones, mais de 30 mísseis de cruzeiro e mais de 120 mísseis balísticos, disse o contra-almirante israelita Daniel Hagari.
Vários mísseis balísticos atingiram território israelita, causando pequenos danos numa base aérea, indicou ainda Hagari, notando que o resultado da defesa foi um "êxito estratégico muito significativo".
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irão, Sardar Bagheri, disse hoje que, na perspetiva iraniana, a operação militar contra Israel “foi concluída". Mas avisou que, se Telavive responder ao ataque, "a próxima operação será muito maior" e que as forças iranianas permanecem em alerta máximo, preparadas para "agir se necessário". O Irão enviou uma mensagem aos Estados Unidos através da embaixada suíça, alertando Washington para que, caso coopere com Israel em eventuais próximas ações israelitas, as bases dos EUA "não terão qualquer segurança".
"Tendo em conta a situação atual e possíveis desenvolvimentos, o presidente da República decidiu convocar uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional para terça-feira, 16 de abril, pelas 18 horas, no Palácio de Belém", informou, este domingo, a presidência da República em comunicado, que surge na sequência do agravamento das tensões no Médio Oriente, e um dia depois de um cargueiro com bandeira portuguesa ter sofrido ataque no Estreito de Ormuz.
Depois de as forças iranianas terem dado a operação como "concluída", o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, garantiu que o confronto "ainda não acabou" e que Israel tem de estar "preparado para todos os cenários".
“O Estado de Israel foi atacado com centenas de mísseis e as forças israelitas frustraram este ataque de uma forma impressionante”, disse Gallant, instando os israelitas a permanecerem atentos às instruções dadas pelas autoridades. “Juntamente com os Estados Unidos e outros parceiros, conseguimos defender o território do Estado de Israel. Muito poucos danos foram causados", adiantou aquele que é um dos três homens que compõem o gabinete de guerra de Israel, ao lado do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e do militar e político Benny Gantz, responsáveis por avaliarem uma resposta à ofensiva.
Netanyahu já tinha dito, ontem à noite, que Israel estava preparado para um ataque direto do Irão e que estava pronto para "qualquer cenário, tanto defensiva como ofensivamente". "Determinámos um princípio claro. Quem quer que nos prejudique, iremos prejudicá-los. Iremos defender-nos contra qualquer ameaça e faremos isso com equilíbrio e determinação", asseverou.
Os chefes de Estado e de Governo do G7 - o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - vão realizar uma videoconferência, hoje ao início da tarde, "para debater o ataque iraniano contra Israel", anunciou, num breve comunicado, o Governo italiano, que detém atualmente a presidência deste grupo de países industrializados. O Conselho de Segurança deverá realizar hoje também uma reunião de emergência, com o chefe da ONU, António Guterres, a condenar "uma grave escalada".
O espaço aéreo israelita, encerrado no sábado à noite pouco antes do ataque iraniano a Israel, reabriu às 07.30 locais (05.30 horas em Lisboa), anunciou a autoridade aeroportuária.
"De acordo com as diretivas de segurança, o espaço aéreo israelita foi reaberto depois das 07.30 horas da manhã (04.30 GMT) e o aeroporto Be Gurion está de novo operacional", lê-se num comunicado da autoridade aeroportuária.
O portal na Internet do aeroporto dá conta de atrasos significativos, tanto nas partidas como nas chegadas.
O sistema de defesa antimíssil "Iron Dome" foi ativado para proteger Israel e os israelitas do massivo ataque de mais de 200 drones e mísseis.
O projeto "Iron Dome", ou "Cúpula de Ferro", começou a ser desenvolvido em 2007. Após anos de testes, entrou ao serviço em março de 2011 e duas semanas depois passou na primeira prova ao abater um míssil.
O sistema é constituído por 10 baterias antimíssil, cada uma equipada com três ou quatro lançadores de mísseis intercetadores Tamir. Um sistema de radar deteta os foguetes disparados e um centro de controlo instalado num contentor, coordena a resposta. Por questões operacionais, as baterias são facilmente mudadas de local, em camiões.
A base da "Cúpula de de Ferro" é um radar de alta resolução que deteta disparos inimigos num raio de quatro a 75 quilómetros.
Leia mais sobre este sistema de defesa aqui.
O presidente norte-americano, Joe Biden, disse que as forças americanas ajudaram a derrubar "quase todos" os drones e mísseis disparados pelo Irão contra Israel, e reafirmou o seu compromisso com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Biden anunciou, em comunicado, que convocaria os líderes do G7 - grupo dos países mais ricos [além dos EUA, a Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, com a União Europeia também representada] - para coordenar uma "resposta diplomática única" ao "descarado" ataque iraniano.
"O Irão, e os seus associados que operam no Iémen, na Síria e no Iraque, lançaram um ataque aéreo sem precedentes contra instalações militares em Israel. Condeno estes ataques nos termos mais fortes possíveis", frisou Biden.
Acrescentou ter conversado por telefone com Netanyahu para "reafirmar o compromisso inabalável dos Estados Unidos" com a segurança de Israel. "Eu disse-lhe que Israel demonstrou uma capacidade notável de se defender e derrotar até mesmo ataques sem precedentes, enviando uma mensagem clara aos seus inimigos de que eles não podem ameaçar com eficácia a segurança de Israel", revelou.
Embora os Estados Unidos não tenham registado ataques às suas instalações, "permanecem vigilantes a todas as ameaças", garantiu o presidente norte-americano. "Não hesitaremos em tomar todas as medidas necessárias para proteger o nosso povo".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falou ao telefone com o presidente norte-americano, Joe Biden, sobre o ataque iraniano contra Israel lançado neste sábado à noite.
Segundo o gabinete do chefe do Governo israelita, Netanyahu telefonou a Biden após uma reunião do Gabinete de Guerra que acompanhou o ataque sem precedentes do Irão, que lançou mais de 200 drones e mísseis para atingir território israelita.
Joe Biden já tinha manifestado numa mensagem na rede social X o "compromisso férreo" dos Estados Unidos com a defesa de Israel contra ataques do Irão ou dos seus parceiros.
Sobre o conteúdo da conversa, o gabinete do primeiro-ministro não revelou pormenores.
A estação de notícias Canal 12 relatou que o Gabinete de Segurança de Israel autorizou o Gabinete de Guerra a decidir como o país irá responder ao ataque de Teerão.
A China expressou "profunda preocupação" com o agravamento da situação no Médio Oriente, após o ataque do Irão contra Israel.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou preocupação "com a atual escalada da situação" na região e apelou a "todas as partes para que exerçam a calma e a contenção".
O Hezbollah libanês anunciou que bombardeou os montes Golã ocupados por Israel pela segunda vez em questão de horas, depois do ataque do Irão com drones e mísseis contra território israelita.
O movimento pró-iraniano Hezbollah informou, em comunicado, que lançou "dezenas de foguetes do tipo Katiusha" contra três posições militares israelitas.
Pelas 4 horas locais (2 horas em Portugal continental), o Exército israelita autorizou a população a sair dos refúgios e abrigos, depois de confirmar o abate de mais de 200 mísseis, foguetes e drones lançados pelo Irão, a maior parte ainda fora do espaço aéreo israelita.
Vão manter-se em vigor restrições à concentração de pessoas em espaços públicos, bem como proibição de excursões escolares, numa altura em que os alunos estão em férias de Páscoa.
O Irão lançou mais de 200 drones e mísseis contra Israel, interceptados na sua "grande maioria" sem graves consequências, embora uma base militar tenha sofrido "danos menores", anunciou o Exército israelita.
"O regime iraniano lançou um ataque massivo de 200 drones assassinos, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro", declarou o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, numa declaração transmitida pela televisão, destacando que o ataque "continua".
"Um certo número de mísseis iranianos caiu em território israelita, causando danos menores a uma base militar, mas sem causar vítimas", acrescentou.
Num comunicado divulgado esta noite, António Guterres considerou que "o ataque de larga escala lançado contra Israel pela República Islâmica do Irão" é "uma escalada séria" e pediu "o fim imediato das hostilidades".
"Estou profundamente alarmado com o perigo muito real de haver uma escalada regional devastadora. Peço a todas as partes envolvidas que apliquem máxima contenção para evitar qualquer ação que possa levar a grandes confrontações militares em várias frentes" no Médio Oriente, afirmou.
O responsável reiterou que "nem a região nem o mundo aguentam outra guerra".
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de emergência este domingo devido ao ataque sem precedentes de drones e mísseis do Irão contra Israel, anunciou o presidente deste órgão das Nações Unidas.
Um porta-voz de Malta, que detém a presidência rotativa este mês, disse à imprensa que o Conselho de Segurança pretendia que a reunião se realizasse às 16 horas locais (20 horas em Portugal continental), a pedido de Israel.
O ataque do Irão contra Israel terá sido lançado em três vagas: uma primeira ofensiva com o lançamento de drones; outra como apoio de aliados na região, nomeadamente o Hezbollah libanês e os rebeldes Huthis do Iémen; e uma terceira com o lançamento de mísseis de cruzeiro.
O embaixador israelita nas Nações Unidas, Gilad Erdan, muito crítico de Guterres desde o início do conflito Israel-Hamas, escreveu na sua conta no X (antigo Twitter) uma mensagem dirigida ao secretário-geral: "O Irão violou a Carta da ONU [...] Onde estão as tuas palavras, a tua condenação? Desperta!".
Guterres ainda não se pronunciou sobre o ataque, que já foi condenado pelos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, França, Alemanha e Portugal.
O Irão advertiu os Estados Unidos para "ficarem de fora" do conflito iraniano com Israel, depois de Teerão lançar um ataque com drones e mísseis em retaliação a um ataque israelita contra o seu consulado em Damasco, na Síria.
"Trata-se de um conflito entre o Irão e o regime israelita e os Estados Unidos devem ficar de fora!", afirmou a missão iraniana junto da ONU numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
"De acordo com o artigo 51.º da Carta das Nações Unidas sobre a legítima defesa, a ação militar do Irão foi uma resposta à agressão do regime sionista contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco", explicou.
"O caso pode ser considerado encerrado. No entanto, se o regime israelita voltar a cometer um erro, a resposta do Irão será consideravelmente mais severa", adverte a mensagem da missão junto das Nações Unidas.
O ataque de drones e mísseis do Irão contra Israel causou "sérios danos" numa base aérea no deserto do Negev.
"A mais importante base aérea israelita no Negev foi o alvo bem sucedido do míssil Kheibar", disse a agência noticiosa oficial IRNA, acrescentando que "as imagens e os dados indicam que a base sofreu sérios danos".
A televisão estatal indicou por outro lado que, "segundo informações recebidas, metade dos mísseis lançados atingiram o alvo com êxito".
As explosões no céu pela interceção das defesas anti-aéreas israelitas ao ataque lançado pelo Irão foram bem visíveis ao início da madrugada em Jerusalém.
Um rapaz de 10 anos ficou gravemente ferido na sequência dos ataques lançados pelo Irão contra Israel, neste sábado à noite, divulgou o serviço israelita de emergência médica, Magen David Adom.
O menino foi atingido por estilhaços depois de a defesa antiaérea ter intercetado um drone lançado pelo Irão sobre uma localidade beduína perto da cidade israelita de Arad, no sul de Israel, tornando-se a primeira vítima dos ataques.
O serviço de emergência acrescentou que o rapaz foi levado em estado crítico para o hospital Soroka, na cidade de Be'er Sheva, no deserto do Negev.
Em comunicado, a Guarda Revolucionária do Irão confirmou o lançamento de drones dizendo tratar-se de retaliação após um ataque israelita que destruiu o consulado do Irão em Damasco, na Síria, segundo noticiou o "The Times".
No bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 1 de abril, morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
O presidente norte-americano, Joe Biden, manifestou "apoio férreo" a Israel contra o Irão, depois de Teerão ter lançado um ataque de drones e mísseis contra território israelita.
O democrata candidato à reeleição reagiu em Washington depois de se ter reunido com a sua equipa de segurança nacional. "O nosso compromisso com a segurança de Israel contra as ameaças do Irão e dos seus aliados é férreo", disse Biden numa mensagem divulgada na rede social X, acompanhada de uma fotografia da reunião.
Joe Biden abreviou uma deslocação programada à sua casa no estado de Delaware quando foi lançado o ataque iraniano, regressando à Casa Branca.
"Enviámos vários aviões suplementares da Royal Air Force e petroleiros de reabastecimento em voo para a região", declarou o ministro da Defesa britânico, Grant Shapps, numa publicação na rede social X (ex-Twitter).
Segundo o governante, estes aviões intercetarão qualquer ataque aéreo no raio de alcance das suas missões já estabelecidas naquela zona do Médio Oriente, se necessário.
A Alemanha condenou "fortemente" o ataque iraniano com drones e mísseis contra Israel e pediu a Teerão e aos seus grupos próximos que parem com estas ações "imediatamente".
O ataque, alertou a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, na rede social X (antigo Twitter), "tem o potencial de mergulhar uma região inteira no caos".
"O Irão e os seus representantes devem parar isto imediatamente. Toda a nossa solidariedade está com Israel neste momento", acrescentou a governante, citada pela agência Efe.
"O Governo Português está a acompanhar de muito de perto a situação, em articulação direta entre vários ministérios e em coordenação permanente com as embaixadas na região do Médio Oriente", informa o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.
Já esta tarde, o ministro Paulo Rangel apelou aos portugueses para que evitem viajar para Israel e pediu aos que se encontrem naquele país, que, "se puderem", regressem.
O primeiro-ministro português condenou o ataque em curso do Irão a Israel, apelando à contenção nas hostilidades para "evitar uma escalada de violência".
Numa mensagem divulgada no seu perfil na rede social X, Luís Montenegro afirmou que "o Governo português condena veementemente o ataque do Irão a Israel".
O executivo liderado pelo social-democrata "apela à contenção, em ordem a evitar uma escalada de violência".
Após o ataque do Irão contra Israel, houve festejos na Praça da Palestina em Teerão, capital iraniana.
Os Estados Unidos abateram drones disparados pelo Irão e que tinham como alvo Israel, noticiaram os meios de comunicação social norte-americanos este sábado à noite, como a CNN e a ABC, citando responsáveis não identificados, sem especificar quantos foram abatidos ou sobre que territórios.
"As forças dos EUA na região continuam a abater drones lançados pelo Irão que visam Israel", disse um oficial da Defesa norte-americana, acrescentando: "As nossas forças permanecem posicionadas para fornecer apoio defensivo adicional e para proteger as forças dos EUA que operam na região".
Cerca das 21 horas deste sábado, surgiu a notícia que tanto se receava e falava nos últimos dias: o Irão iniciou um ataque a Israel.
"O Irão lançou drones a partir do seu território em direção a Israel", disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, pouco depois das 23 horas locais (21 horas em Portugal continental).
Os serviços de segurança israelitas estimam que os primeiros drones atinjam o território às duas horas, meia-noite em Portugal continental.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reuniu o Gabinete de Guerra, anunciou o seu porta-voz.
O anúncio surge pouco depois de o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, ter considerado que o ataque com drones e mísseis lançado pelo Irão contra Israel esta noite é uma "escalada grave e perigosa".
"O Irão lançou um ataque direto contra o Estado de Israel a partir de solo iraniano. Estamos a monitorizar de perto os drones assassinos enviados pelo Irão e a caminho de Israel. Trata-se de uma escalada grave e perigosa", sublinhou Hagari num comunicado.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, publicou um vídeo na rede social X assegurando que nos últimos anos, e sobretudo nas últimas semanas, Israel se preparou para a possibilidade de um ataque direto do Irão.
"Estamos preparados para qualquer cenário, seja à defesa como ao ataque. O Estado de Israel é forte, o exército é forte", afirmou, agradecendo aos EUA, ao Reino Unido e França, entre outros países.
Deixou também um aviso em jeito de ameaça: "Atingimos quem nos atinge". E prometeu que Israel se vai defender.
O Hezbollah libanês e os rebeldes Huthis pró-iranianos do Iémen também ajudaram ao ataque do Irão a Israel, segundo várias fontes.
O Hezbollah libanês anunciou ter bombardeado uma posição militar israelita nos montes Golã ocupados, no momento em que o Irão lançava um ataque com drones contra Israel, este sábado à noite. Em comunicado, o Hezbollah pró-iraniano, que realiza ataques quase diários contra Israel há mais de seis meses, afirmou ter disparado "dezenas de foguetes Katyusha" contra um quartel israelita no Golã sírio ocupado por Israel.
Também os rebeldes Huthis pró-iranianos do Iémen lançaram drones em direção a Israel, segundo a empresa de segurança marítima do país.
"Os portos israelitas são considerados alvos potenciais", disse a empresa de segurança Ambrey, que alertou para os "danos colaterais" na navegação.
O Governo libanês juntou-se à Jordânia e ao Iraque na suspensão temporária do seu espaço aéreo, após o Irão ter iniciado um ataque com drones contra Israel.
O ministro das Obras Públicas e Transportes libanês, Ali Hamieh, disse numa publicação na sua conta do X (ex-Twitter) que o encerramento do espaço aéreo vigorará a partir da 1 hora de domingo, hora local (23 horas de sábado em Portugal continental).
A suspensão abrange "todos os aviões que cheguem, saiam ou cruzem o espaço aéreo libanês, de forma temporária e preventiva", sendo reavaliada de acordo com a "evolução da situação", indicou o governante.
O Iraque, país que faz fronteira com o Irão, anunciou o encerramento do seu espaço aéreo e a suspensão do tráfego aéreo ao final da noite.
Pouco antes, a Autoridade de Aviação Civil da Jordânia já tinha anunciado o encerramento temporário do seu espaço aéreo como medida "preventiva" contra a ameaça de um possível ataque iraniano contra Israel.
A União Europeia "condena veementemente" o ataque com drones e mísseis lançado pelo Irão contra Israel, declarou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, denunciando uma "escalada sem precedentes" e "uma séria ameaça à segurança regional".
"A UE condena o inaceitável ataque iraniano contra Israel. Constitui uma escalada sem precedentes e uma séria ameaça à segurança regional", escreveu o responsável na sua conta oficial no X (antigo Twitter).
A agência noticiosa estatal iraniana IRNA afirma que Teerão disparou mísseis balísticos contra alvos no interior de Israel.
A agência citou um funcionário anónimo que afirmou que mísseis balísticos fazem parte do ataque curso.
Um míssil balístico move-se numa trajetória em arco, dirigindo-se para o espaço antes de a gravidade fazer descer a arma a uma velocidade várias vezes superior à velocidade do som.
O Reino Unido e a França condenaram o "perigoso" ataque do Irão com drones e mísseis contra Israel.
"Juntamente com os nossos aliados, estamos a trabalhar urgentemente para estabilizar a situação e evitar uma escalada. Ninguém quer ver mais derramamento de sangue", afirmou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, num comunicado.
A França condenou igualmente o ataque do Irão a Israel, que, considerou, "leva as suas ações desestabilizadoras a um novo nível", segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjourné, na rede social X.
"Ao decidir tomar esta medida sem precedentes, o Irão ultrapassa um novo limiar nas suas ações desestabilizadoras e corre o risco de uma escalada militar", escreveu, acrescentando que "a França reafirma o seu empenho na segurança de Israel e assegura-lhe a sua solidariedade".
Segundo a presidência dos Estados Unidos, os ataques iranianos vão prolongar-se por "várias horas" e os Estados Unidos "vão estar ao lado do povo israelita" face ao ataque.
A Casa Branca anunciou que vai ajudar a defesa de Israel face ao ataque com drones lançado pelo Irão.
As sirenes de alerta para ataque militar começaram a soar no norte de Israel, junto à fronteira com o Líbano, na sequência do ataque com drones lançado pelo Irão contra Israel.
Segundo um responsável militar israelita citado pela agência France-Presse, o Irão lançou "mais de 100 drones" na direção de Israel.
O Iraque, país que faz fronteira com o Irão, anunciou o encerramento do seu espaço aéreo. "O espaço aéreo iraquiano foi encerrado e o tráfego aéreo suspenso", declarou o ministro dos Transportes iraquiano, Razzak al-Saadaoui, à agência noticiosa estatal iraquiana INA.
A Autoridade da Aviação Civil, por seu lado, informou que o encerramento do espaço aéreo duraria das 23.30 horas locais (21.30 horas em Portugal continental) até às 5.30 horas (3.30 horas em Portugal continental).
A Casa Branca anunciou que Joe Biden vai reunir-se com os seus principais conselheiros de segurança para acompanhar a situação no Médio Oriente. Estarão presentes o secretário da Defesa, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e o diretor da CIA, entre outros responsáveis.
A defesa da Jordânia, que decretou estado de emergência, veio já assegurar que está pronta para intercetar drones ou aeronaves iranianas que violem o seu espaço aéreo. Alguns já estarão a ser intercetados na Síria e na Jordânia.
O Ministério dos Transportes israelita anunciou o encerramento do seu espaço aéreo a toda a aviação comercial a partir da meia noite e meia.
O Irão já terá lançado uma segunda e terceira vagas de drones, após o lançamento de dezenas num ataque inicial.
A agência Reuters noticiou que, para além dos drones, o Irão terá disparado mísseis de cruzeiro, que são mais rápidos a chegar ao alvo.