O ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Pekka Haavisto, cujo país preside este semestre à União Europeia (UE), instou o Reino Unido a "garantir uma base democrática" de qualquer decisão sobre o Brexit.
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"Sejam quais forem as decisões tomadas, é muito importante garantir uma base democrática e uma base da maioria", disse Pekka Haavisto à imprensa à margem de uma reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE em Helsínquia.
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O ministro referia-se à decisão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de suspender o parlamento britânico até 14 de outubro, duas semanas antes da data prevista para a saída do Reino Unido da UE, medida fortemente criticada pela oposição, que vê nela uma tentativa de limitar significativamente o tempo para os deputados apresentarem medidas para impedir um Brexit sem acordo.
"O Reino Unido toma as suas decisões e não podemos interferir nelas, mas podemos ver que estes passos estão a gerar muito debate político e debate entre políticos", disse Haavisto, citado pela agência EFE.
Um Brexit sem acordo não interessa a ninguém
Mais tarde, à chegada à reunião de chefes de diplomacia da UE, o ministro finlandês sublinhou que "é decisivo apoiar um Brexit com acordo". Outros ministros europeus manifestaram a mesma ideia, frisando sempre que qualquer decisão cabe ao parlamento britânico.
Stephan Blok, da Holanda, disse que os 27 continuam a "tentar evitar um Brexit sem acordo" e pediu "propostas ao governo britânico que se enquadrem no acordo de saída" fechado entre Londres e Bruxelas e que foi chumbado três vezes na Câmara dos Comuns.
"Um Brexit sem acordo não interessa a ninguém", disse, admitindo contudo que todos devem "estar preparados para essa possibilidade".
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Urmas Reinsalu, disse que a UE se preparou para uma saída sem acordo, apesar de considerar que esse "é o pior cenário" e, com a suspensão do parlamento britânico, o mais provável.