O presidente da República Checa, Milos Zeman, disse, numa entrevista televisiva, que acha as pessoas transgénero "nojentas".
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Zeman respondia a uma pergunta sobre a polémica lei na Hungria que proíbe a representação ou promoção da homossexualidade entre menores de 18 anos. O presidente disse que apoia a legislação, que foi condenada pelos líderes da União Europeia.
Falando durante a sua entrevista semanal, Zeman disse concordar com a visão do líder húngaro Viktor Órban de que a lei é necessária para evitar que crianças e pais sejam manipulados pela educação sexual.
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"Consigo entender gays, lésbicas e assim por diante", disse o homem de 76 anos, citado pela "BBC". "Sabe quem eu não entendo? Os transgéneros... toda cirurgia é um risco e essas pessoas transgénero, para mim, são nojentas."
"Se passar por uma operação de mudança de sexo, estará basicamente a cometer um crime de automutilação", acrescentou.
O líder checo disse ainda que as marchas de protesto, como a próxima Marcha do Orgulho de Praga, eram minorias a tentar colocar-se numa posição superior aos outros. Se fosse mais jovem, acrescentou, organizaria uma contramanifestação de heterossexuais.
Um porta-voz do "Pride Prage" acusou Zeman de aumentar o stresse das pessoas transgénero.
"Ficamos muito tristes com esta declaração, especialmente porque tem um efeito prejudicial à saúde mental dos LGBT+ na República Checa", disse Daniel Zikmund. "Os LGBT+ são discriminados não apenas socialmente, mas até através de processos legislativos. Isto parece estar a retroceder e não está a ajudar nada".
A República Checa é um dos países mais sexualmente liberais do antigo bloco comunista, embora vários dos seus políticos tenham recorrido a uma retórica cada vez mais intolerante nos últimos tempos.
O líder checo tem já um histórico de fazer comentários controversos. Zeman, por exemplo, irritou muitas pessoas - tanto dentro do país como entre os aliados ocidentais da República Checa - ao defender a posição da Rússia em relação à Ucrânia e ao expressar oposição às sanções ocidentais contra a Rússia.