
Presidente de Taiwan, Lai Ching-te, com um prato de sushi na mão
Foto: Presidência de Taiwan/AFP
O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, divulgou uma fotografia com um prato de sushi na mão num sinal de apoio ao Japão por ter sido noticiada a suspensão das importações chinesas de marisco japonês.
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A medida, justificada com a violação de regulamentos sanitários, foi tomada numa altura de tensão diplomática entre Pequim e Tóquio desencadeada por declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan.
Takaichi afirmou no parlamento em 7 de novembro que ataques armados da China contra Taiwan podiam justificar o envio de soldados japoneses para defender a ilha, por estar em causa a segurança do Japão.
As declarações foram consideradas uma provocação por Pequim, que considera que Taiwan faz parte do território da República Popular da China (RPC) e ameaça usar a força se a ilha declarar a independência.
A China e Taiwan vivem autonomamente desde 1949, quando as forças nacionalistas se refugiaram na ilha ao perderem a guerra civil para o Partido Comunista Chinês (PCC), de que resultou a proclamação da RPC por Mao Zedong.
Lai Ching-te, um fervoroso defensor da soberania de Taiwan, acusou Pequim de ter prejudicado gravemente a paz regional com a disputa.
Um dia depois das notícias sobre a suspensão das importações de produtos de mar japoneses, Lai publicou uma fotografia nas redes sociais em que aparece sorridente com um prato de sushi na mão. "O almoço de hoje é sushi e sopa miso", lê-se na legenda, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP). "Este pode ser um bom momento para comer culinária japonesa", sugeriu também Lai num vídeo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês classificou as publicações de Lai como um "golpe publicitário".
A porta-voz do ministério, Mao Ning, reafirmou que o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, não se reunirá com a homóloga japonesa na cimeira do G20 de Joanesburgo, no fim de semana.
Mao sugeriu ainda a Tóquio que agisse com discrição, indicou o "China Daily", em resposta a uma questão suscitada pela insistência do chefe da diplomacia japonesa num apelo ao diálogo.
Com diálogo, "reduziremos as preocupações e os problemas, e aumentaremos a compreensão e a cooperação", afirmou Toshimitsu Motegi perante uma comissão parlamentar em Tóquio, segundo a NHK.
Motegi informou a comissão sobre uma reunião na terça-feira em Pequim de altos funcionários de ambos os países, que terminou sem grandes avanços.
Vídeos da reunião geraram alvoroço nas redes sociais por interpretações de que o emissário japonês se tinha mostrado servil, enquanto o chinês, de mãos nos bolsos, pareceu desdenhoso. "Essa não foi de modo algum a situação em que a reunião se desenrolou", assegurou Motegi, citado pela agência de notícas espanhola EFE.
Motegi disse que o representante japonês refutou as afirmações de Pequim sobre um agravamento da segurança na região e clarificou a postura de Tóquio em relação a Taipé.
O chefe da diplomacia de Taiwan, Lin Chia-lung, encorajou os habitantes da ilha a viajarem para o Japão e a comprarem produtos japoneses. "Neste momento crítico, temos de apoiar o Japão para que possa estabilizar a situação e travar o comportamento intimidatório do PCC", afirmou.
