Decreto impõe realização de novas eleições, que devem ocorrer nos próximos 90 dias.
Corpo do artigo
Horas após comparecer no plenário da Assembleia Nacional do Equador para responder a um processo de impedimento, o presidente conservador Guillermo Lasso dissolveu ontem o Parlamento e decretou a convocação de novas eleições, alegando uma "grave crise política e comoção interna" no país.
Esta é a primeira vez que o mecanismo é utilizado no país, enquanto o chefe de Estado enfrenta acusações de peculato pela maioria oposicionista na Assembleia, por suspeita de corrupção em contratos de transporte de petróleo. Com a decisão, Lasso poderá concorrer novamente em eleições, algo que seria incontornável em caso de impedimento - foi o quarto pedido enfrentado desde 2021.
Entretanto, o presidente continuará no poder e governará o Equador por decretos executivos, até que se realizem novas eleições legislativas e para presidente, sem data prevista ainda, e que cumprirão o período de governação até ao término do mandato, em maio de 2025.
ALTA IMPOPULARIDADE
Guillermo Lasso foi eleito em 2021 com 52,5% dos votos e, desde o´início, enfrentou uma forte oposição na Assembleia. Ontem, Lasso qualificou o Parlamento como "irresponsável" e citou um bloqueio do órgão legislativo com um "desequilíbrio nas funções do Estado".
Sondagens recentes mostram que 92% dos cidadãos equatorianos classificam o Governo como mau ou muito mau, numa altura de alta na violência ligada ao tráfico de droga e grande insatisfação com o alto custo de vida