O presidente iraquiano, o curdo Jalal Talabani, indigitou o xiita Nuri al-Maliki como primeiro ministro, que tem agora 30 dias para constituir um governo. EUA consideram "grande passo em frente" o acordo alcançado sobre repartição do poder.
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A nomeação foi feita no parlamento, após o abandono da sessão parlamentar por deputados eleitos por um bloco sunita. A sessão foi então adiada.
Os esforços de Nuri al-Maliki para incluir sunitas no seu governo e conseguir um significativo apoio destes ao seu executivo foram abalados pelo abandono dos trabalhos parlamentares pelos deputados sunitas do bloco Iraqiya.
Os deputados sunitas queriam que, antes da eleição do presidente, fosse votada a anulação formal de decisões decorrentes de um programa de purga de antigos membros do partido de Saddam Hussein, que impediu que três dos seus membros assumissem posições governamentais.
"Grande passo em frente"
A presidência dos Estados Unidos qualificou como um "grande passo em frente" o acordo sobre a partilha do poder no Iraque, conseguido ao fim de oito meses de incerteza política.
"O acordo encontrado para formar um governo pluralista é um grande passo em frente para o Iraque", afirmou Anthony Blinken, conselheiro para os assuntos de segurança nacional do vice-presidente, Joe Biden.
"Sempre dissemos que o melhor resultado seria um governo que refletisse os resultados das eleições e incluísse os principais pólos dos grupos étnicos e religiosos iraquianos e que não excluísse nem marginalizasse ninguém", acrescentou.
Felicitou também os dirigentes iraquianos por "se terem posto visivelmente de acordo sobre um equilíbrio de poderes que impede que este ou aquele grupo tenha mais atribuições" do que outro.
Este acordo "tem aspecto de ser um resultado satisfatório para os que trabalham para a estabilidade e a paz no Iraque".
Pelo contrário, considerou, é "uma derrota para os que pretendem instilar mais intolerância e violência".
Fim de oito meses de impasse
O Iraque saiu de oito meses de crise política depois de um acordo sobre a partilha do poder entre as suas diferentes fações, abrindo o caminho à eleição, hoje realizada, do presidente do parlamento e do chefe de Estado.
Este acordo foi concluído na noite de ontem, quarta-feira, e consagra a repartição étnica e confessional das três funções mais importantes do país, com a atribuição da presidência da República a um curdo, da chefia do governo a um xiita e da presidência do Parlamento a um sunita.
Em resultado, o curdo Jalal Talabani permanece como presidente da República, o xiita Nuri al-Maliki vai iniciar um segundo mandato como primeiro ministro e um deputado sunita da lista Iraqiya, Ussama al-Noujaifi, presidirá ao parlamento, indicou à France Press o porta-voz do governo, Ali al-Dabbagh.