O presidente do Egito, Mohamed Morsi, sublinhou, em comunicado, que os poderes alargados que atribuiu a si próprio por decreto são temporários e apelou a um "diálogo democrático". A contestação é grande e a praça Tahrir, no Cairo, voltou a ser "ocupada".
Corpo do artigo
"A presidência reafirma a natureza temporária destas medidas, que não se destinam a concentrar todos os poderes mas pelo contrário (...) evitar qualquer tentativa para comprometer ou fazer desaparecer as duas instituições eleitas democraticamente, a câmara alta do Parlamento e a Assembleia constituinte", refere o comunicado divulgado este domingo ao início da noite.
Através de uma "declaração constitucional" anunciada quinta-feira, Mohamed Morsi considerou ter o direito de "tomar qualquer decisão ou medida para proteger a revolução" de 2011, uma iniciativa que segundo os seus apoiantes deverá permitir estabilizar a transição democrática do país.
No entanto, esta decisão está a ser considerada pela oposição como uma ameaça ao processo democrático e um "golpe de Estado" que compromete os fundamentos da revolta que no início de 2011 derrubou o regime autocrático do ex-presidente Hosni Mubarak.
A contestação é grande e os protestos voltaram à praça Tahrir, no Cairo. Desde sexta-feira, contabilizam-se mais de 500 feridos nos protestos.