O presidente iraniano defendeu, esta quinta-feira em Paris, que se inicie uma "nova relação" entre o Irão e a França, durante uma visita marcada pelo regresso do fabricante de automóveis PSA Peugeot Citroen ao seu país.
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"Estamos prontos a virar a página para uma nova relação entre os nossos países", declarou Hassan Rohani num encontro com industriais franceses na sede do patronato francês.
Desde a revolução islâmica de 1979, as relações entre Teerão e Paris atravessaram numerosas crises até ao apaziguamento graças ao acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano em julho.
Rohani, que chegou a França na quarta-feira sob críticas de associações de defesa dos direitos humanos, termina a visita esta noite após um encontro e a assinatura de acordos com o seu homólogo François Hollande.
Fonte francesa assegurou, segundo a agência France Presse, que a questão dos direitos humanos no Irão não será escamoteada, mas não será alvo de qualquer comentário público.
O fabricante de automóveis francês PSA Peugeot Citroën oficializou o seu regresso ao Irão através de uma parceria com a Iran Khodro, que poderá investir até 400 milhões de euros em cinco anos, segundo um comunicado do grupo.
O grupo PSA, o primeiro fabricante de automóveis ocidental a anunciar o seu regresso ao Irão após o levantamento de sanções contra a República Islâmica, pretende produzir a prazo 200 mil automóveis por ano.
Além disso, no domingo o ministro dos Transportes iraniano, Abbas Akhoundi, anunciou que durante a visita seria assinado "o contrato para a compra de 114 Airbus".
No plano diplomático, a visita será a prova concreta, nas palavras do presidente Hollande, de que "o regresso do Irão à cena internacional é a partir de agora possível".
O conflito na Síria, que causou pelo menos 260 mil mortos em cinco anos, e a crise entre o Irão e a Arábia Saudita são dois dos assuntos em destaque.