Kurmambek Bakiev, presidente quirguize derrubado por um levantamento popular em Abril passado, anunciou nada ter a ver com os confrontos entre etnias no sul do país e acusa o actual governo de impotência.
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"Hoje, a República do Quirguistão está em riscos de perder a independência. As pessoas morrem e nenhum dos actuais dirigentes está em condições de as defender", lê-se numa declaração de Bakiev, que se encontra refugiado na Bielorrússia.
"Em vez de mobilizar atempadamente todos os recursos necessários para localizar o conflito, os representantes do governo provisório dão entrevistas e realizam conferências de imprensa para comprometerem a mim e aos meus parentes, acusando-nos de envolvimento nas desordens no sul. Declaro com toda a responsabilidade que isso é uma mentira descarada", acrescenta.
Bakiev apela a "fazer todos os esforços para pôr fim ao derramamento de sangue".
As autoridades quirguizes decretaram o estado de emergência e o recolher obrigatório na cidade e região de Jalal-Abad, onde continuam confrontos entre quirguizes e uzbeques.
Testemunhas citadas pelas agências afirmam que continuam as pilhagens de casas e lojas.
Segundo dados do Ministério da Saúde do Quirguistão, os confrontos entre etnias, que começaram na passada quinta-feira na cidade de Och, provocaram pelo menos 86 mortos e mais de mil e cem feridos.
Na véspera, as autoridades quirguizes pediram ajuda militar à Rússia, mas o Kremlin respondeu que, por enquanto, não existem condições para isso.