O presidente ucraniano assinou ontem o decreto que autoriza o lançamento de uma ação antiterrorismo em todo o país, na sequência da recusa dos ativistas pró-Rússia em abandonarem os edifícios oficiais.
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O governo de Kiev tinha dado um prazo, até às 7 horas desta segunda-feira, aos ucranianos pró-Moscovo para abandonarem os vários edifícios públicos ocupados na região de Donetsk e deporem as armas, mas o ultimato foi ignorado.
Por isso, o chefe de Estado decidiu autorizar o Exército a lançar uma operação antiterrorista em todo o país para "restaurar a ordem". "Os cidadãos da Ucrânia pedem às autoridades que os protejam do terrorismo e dos criminosos armados", sublinhou Alexandr Turchínov, acusando a Rússia de estar por detrás dos últimos acontecimentos.
O presidente interino anunciou também estar disponível para aumentar as competências financeiras das regiões autónomas, uma das principais exigências dos sublevados, bem como autorizar um referendo nacional sobre o estatuto do país.
Em conversa com o secretário-geral da ONU, Turchínov propôs uma operação conjunta com os capacetes azuis das Nações Unidas. Ban Ki-moon recordou que o envio de qualquer força necessita da aprovação do Conselho de Segurança, do qual a Rússia é membro permanente.
Esta segunda-feira, ativistas pró-Rússia ocuparam os edifícios das Câmaras de Gorlovka e de Zhadanovka, o Ministério do Interior e a sede da polícia em Horlivska, segundo as agências internacionais. Neste último, ouviram-se diversos disparos e pelo menos uma pessoa ficou ferida.
Moscovo considera "criminosa" a decisão de Turchínov de utilizar o Exército para desmobilizar "manifestações pacíficas". O porta-voz do Kremlin disse que o presidente russo acompanha a situação com "grande preocupação"