Um comboio humanitário de três camiões com alimentos, água, produtos de higiene e medicamentos chegou esta sexta-feira às imediações da cidade de Soledar, anunciaram as Nações Unidas.
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O porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Jens Laerke, explicou que este é o primeiro comboio internacional a chegar à região para fornecer ajuda a 800 civis necessitados após os intensos combates ocorridos nos últimos dias no Donbass, zona ocupada pela Rússia.
As agências da ONU que participam deste comboio da cidade ucraniana de Dnipro são a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Programa Alimentar Mundial (PAM).
A magnitude da destruição causada pelos combates em Soledar e o número de vítimas civis ainda não foi possível estimar pela agência de coordenação humanitária.
O chefe do grupo mercenário russo Wagner, Evgeny Prigozhin, anunciou em 11 de janeiro a captura de Soledar, uma cidade estratégica no leste da Ucrânia, cuja perda Kiev ainda não reconheceu oficialmente.
O Ministério da Defesa russo noticiou a vitória em Soledar dois dias depois da declaração de Prigozhin e sem mencionar - inicialmente - os combatentes do Grupo Wagner que participaram naquela operação.
Na quinta-feira, o chefe deste grupo mercenário anunciou a captura de uma outra cidade no leste da Ucrânia, Bakhmut, que os russos tentavam capturar há meses.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.