Um primeiro grupo de portugueses residentes na ilha de Saint Barthélemy, nas Caraíbas destruídas pelo furacão Irma, deverá ser repatriado para a Europa ainda este sábado.
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Ao telefone desde a Guadalupe, ilha maior para onde foram levadas as mulheres e crianças que foi possível transportar enquanto o espaço aéreo esteve aberto antes da chegada do furacão José, Maria Martins, natural de Barcelos, conta-nos que as autoridades francesas reuniram já toda a gente para proceder ao registo do embarque, numa operação que lhe disseram estar a ser executada em cooperação com o Governo português. "Emocionalmente é muito bom podermos sair daqui", diz-nos a arquiteta, que deixou o marido em St. Barth.
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Na ilha, ficaram todos os homens e mulheres que não conseguiram vagas nas avionetas que fizeram a ponte aérea enquanto puderam. Entre elas está Catarina Leite, uma mãe de dois filhos natural de Fafe, que este sábado fez, via internet, um relato de desespero.
"Façam alguma coisa por nós. Estamos em desespero para sair daqui", apelou, pedindo ajuda no sentido de contactar o Governo português e conseguir uma forma de regressar a Portugal . Catarina e os filhos de seis e dois anos perderam a casa e estavam num abrigo, à espera da passagem do furacão José, que entretanto subiu à categoria 4 (em 5).
"Digam que há muitos portugueses a passarem dificuldades e gente que se está a aproveitar da situação e a pedir 2500 euros por pessoa para uma viagem para França. Não temos esse dinheiro", desabafou, antes de voltar a ficar sem rede.
Maria Martins garante que o transporte é gratuito e que esse valor só pode ser pedido por quem organiza viagens comerciais. "A Cruz Vermelha disse-nos para ninguém comprar viagens, que os governos haveriam de encontrar uma solução".