O primeiro-ministro checo, Jiri Rusnok, disse ao ministro da Defesa que não tem "nenhuma vontade de ir" ao funeral de Nelson Mandela, na África do Sul, esperando que seja o presidente a representar o país. Mas a conversa decorreu no parlamento, foi gravada e divulgada pela televisão pública.
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"Espero que o Presidente vá em meu lugar. A ideia de lá ir dá-me arrepios", disse o primeiro-ministro checo, Jiri Rusnok, ao ministro da Defesa, Vlastimil Picek, sobre a representação do país nas cerimónias fúnebres de Nelson Mandela, na África do Sul.
A conversa, privada, decorreu na sexta-feira no parlamento, foi gravada pelos microfones e divulgada pela estação pública.
"Tenho um almoço marcado, e também um jantar, mas receio que seja obrigado a ir. Não tenho nenhuma vontade de ir", refere o primeiro-ministro checo na conversa, segundo a gravação divulgada.
Jiri Rusnok assume esperar que seja o presidente da República Checa, Milos Zeman, de 69 anos, a viajar até à África do Sul em representação do país. Mas o facto de o chefe de Estado estar a recuperar de uma lesão no joelho pode comprometer a sua deslocação.
"Como poderá Zeman subir as escadas do avião? Penso que ele não conseguirá, assim estou tramado", acrescentou o primeiro-ministro na conversa com o ministro da Defesa.
A divulgação desta gravação causou polémica, uma vez que Jiri Rusnok tinha expressado a sua "profunda dor" na mensagem de condolências após a morte de Mandela, e já levou o primeiro-ministro a apresentar desculpas, numa curta declaração enviada aos meios de comunicação checos, na qual reconheceu "não ter sido correto".