A justiça espanhola ordenou a prisão preventiva de um dos suspeitos de terrorismo detidos na terça-feira, o argelino Nouh Mediouni, por pertencer a uma organização terrorista.
Corpo do artigo
O juiz da Audiência Nacional Santiago Pedraz sustentou que Mediouni, detido em Saragoça (norte), foi recrutado para integrar a al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) e, apesar de ter dito que abandonou as ideais radicais em 2010, manteve contacto com o grupo terrorista e fez comentários na rede social Facebook que o desmentem.
Os mais recentes comentários do género defendem os ataques na maratona de Boston de 15 de abril. Num deles, citado pelo juiz, Mediouni escreveu: "O que sentem agora é o que sentem as crianças do Afeganistão, da Birmânia, do Iraque".
Quanto ao outro suspeito, o marroquino Hassan El Jaaouani, detido em Múrcia (sudeste), o juiz considerou não haver provas contundentes de uma vinculação à al-Qaeda.
A pedido do Ministério Público, Hassan ficou obrigado a apresentar-se quinzenalmente na Audiência Nacional e proibido de abandonar o território espanhol.
Segundo a ata judicial, citada pela agência Efe, Mediouni, de 23 anos, foi recrutado por um membro da AQMI e viajou no verão de 2010 para a Argélia "com a intenção de alcançar um centro de treino 'jihadista' no Sahel", o que acabou por não acontecer por razões alheias ao suspeito.
O suspeito reconheceu ter feito a viagem, mas assegurou que, depois de regressar a Espanha, abandonou a ideologia radical. No entanto, as autoridades encontraram provas do contrário, nomeadamente a receção de várias mensagens de números de telefones satélite relacionados com membros do grupo que sequestrou e assassinou dois cidadãos franceses no Níger em 2011.
A polícia encontrou também no computador portátil do suspeito um arquivo cifrado que é utilizado por grupos radicais e é obrigatório para as comunicações com a al-Qaeda, assim como imagens de Osama Bin Laden, dos atentados do 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.