O Procurador-geral do Egito, Hicham Barakat, morreu esta segunda-feira na sequência de um atentado à bomba no Cairo.
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"Morreu", declarou o ministro da Justiça, uma informação confirmada à agência de notícias AFP por outro ministro local.
Hicham Barakat, de 65 anos, sofreu ferimentos que lhe provocaram uma hemorragia interna e aos quais não resistiu, apesar de ter sido operado de urgência.
A 21 de maio, o ramo egípcio do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) apelou a ataques contra os responsáveis judiciais, como represália pela condenação de vários simpatizantes do grupo nas últimas semanas.
O Procurador-geral do Egito ficou ferido quando o seu carro foi bombardeado, tendo acabado depois por falecer. A bomba destruiu vários carros e algumas montras numa rua no distrito de Heliopolis, tendo destroçado pelo menos cinco veículos, anunciam as autoridades.
No hospital, um guarda-costas ainda ferido explicou à agência noticiosa AFP como a explosão afetou as várias viaturas: "Houve uma explosão enorme de repente, havia vidros a voar por todo o lado, era como se fosse um tremor de terra".
A explosão veio ou de uma bomba num carro ou de uma bomba escondida por debaixo de um dos carros da comitiva, disse o responsável pelo departamento de bombas local, o general Mohamed Gamal.
Barakat referenciou milhares de islamitas para serem julgados desde o golpe que tirou o antigo presidente Mohamed Morsi do poder, em 2013, resultando em sentença de morte para centenas de pessoas.
O ataque desta manhã foi o mais violento contra um alto funcionário das autoridades judiciais do Egito desde que os jiadistas tentaram assassinar o anterior ministro do Interior num ataque suicida automóvel, no final de 2013.
O atentado foi reivindicado pela organização Ansar Beit al-Maqdis, com sede no Sinai, que jurou fidelidade ao Estado Islâmico (EI).
Numa mensagem de vídeo divulgada recentemente, e na sequência do enforcamento de seis homens condenados por ataques, o grupo afirmou: "Por Deus, vamos procurar vingança para os nossos irmãos e outros como eles, contra o partido que os sentenciou, e contra o partido que implementou a sentença".