Dirigentes socialistas reúnem-se em Bruxelas com independentistas da Catalunha, incluindo Carles Puigdemont, na véspera de cerimónia real
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A cobertura dos média na cerimónia de juramento à Constituição da princesa Leonor, que atingiu esta terça-feira a maioridade e agora pode ser a próxima chefe de Estado do país, não ofuscou as repercussões do encontro entre dirigentes do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e independentistas do Juntos pela Catalunha (JxCat) em Bruxelas, no dia anterior. Um acordo para a lei de amnistia e uma data para a votação do novo Executivo de Pedro Sánchez estão iminentes.
Na segunda-feira, o secretário de Organização do PSOE, Santos Cerdán, reuniu-se com Carles Puigdemont na capital belga. O encontro com o eurodeputado catalão, fugido da Justiça espanhola desde 2017, ocorreu num “bom ambiente” e foi constatado que as “negociações avançam em boa direção”, segundo comunicado conjunto. O destaque da nota é que Puigdemont é chamado de “presidente”, apesar de não ser o chefe do Governo catalão há seis anos e não ter um cargo formal no partido que fundou.
Data da votação próxima
A agência Europa Press avançou que os socialistas devem propor a lei de amnistia nos próximos dias e, após tal ação, Sánchez estaria com o caminho livre para uma sessão de investidura no Congresso dos Deputados. A votação para a posse de um novo Executivo poderia ocorrer após domingo, último dia em que o PSOE consulta as bases sobre o acordo de Governo com o Sumar e as propostas para outros partidos, como o JxCat e a Esquerda Republicana da Catalunha.
O primeiro-ministro em funções, Pedro Sánchez, demonstrou apoio, no fim de semana, à amnistia dos catalães, justificando a medida em nome do “interesse de Espanha” e da “defesa da convivência entre os espanhóis”. Um telefonema entre o secretário-geral do PSOE e Puigdemont, no entanto, não está nos planos.
A decisão da data da sessão parlamentar que vai pôr Sánchez à prova é da presidente do Congresso, a socialista Francina Armengol. “É uma questão de dias”, afirmaram fontes, citadas pela Europa Press, que calculam que o anúncio da data da votação pode ocorrer esta sexta-feira. O limite até que o Parlamento seja dissolvido é 27 de novembro, quando se completam dois meses desde a primeira derrota de Alberto Núñez Feijóo.
O líder do Partido Popular (PP) confirmou a presença num protesto contra a amnistia, que ocorre no dia 18 de novembro, em Madrid, informou esta terça-feira o diário “El País”. O PP condenou também as negociações em Bruxelas, num vídeo difundido nas redes sociais que diz que esta “é a primeira vez que a investidura negoceia-se fora do país com um fugido da Justiça”.