O presidente do Governo da Catalunha destituído, Carles Puigdemont, juntou-se a 200 autarcas da Associação Catalã de Municípios e da Associação de Municípios para a Independência que se deslocaram a Bruxelas, em apoio do executivo catalão cessante.
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Em frente à representação do Governo catalão em Bruxelas, Puigdemont associou-se aos presidentes de câmara catalães, que viajaram para a capital belga com o objetivo de "dar a visão dos municípios da situação na Catalunha".
Os autarcas acabaram por se cruzar com um grupo de mais de uma centena de pessoas, segundo a polícia belga, que, por seu turno, se juntaram em favor da unidade de Espanha e contra a independência da Catalunha.
Na concentração, convocada por WhatsApp de forma espontânea, exibiram-se bandeiras europeias, espanholas e catalãs e cartazes em oposição à independência, com os dizeres: "Não à independência da Catalunha!", "É melhor juntos!" e "Respeito à lei e à Constituição".
Durante os breves minutos que os manifestantes e os autarcas se cruzaram, com registo de alguns confrontos verbais, gritou-se "Viva Espanha, Viva a Catalunha!" e cantou-se "E Viva a Espanha", de Manolo Escobar.
Por parte dos autarcas, Astrid Dessed, presidente de câmara em Anglès, cidade a quase 75 quilómetros de Barcelona, agradeceu às autoridades belgas por não terem detido Puigdemont, ao contrário de nove membros do Governo catalão destituído, que se encontram presos em Espanha.
"Dirigimo-nos à Europa: por favor, oiçam-nos. Sentimo-nos europeus e estamos aqui, no coração da Europa para dizer isso", referiu Dessed.
Puigdemont e quatro ministros regionais catalães estão em Bruxelas desde 30 de outubro, não se tendo apresentado para prestar declarações à justiça espanhola na semana passada por suspeitas de crime de "rebelião, sedição e uso fraudulento de fundos públicos".
O governo catalão, exonerado por Madrid, organizou um referendo de autodeterminação considerado ilegal pelo Estado espanhol, tendo o parlamento da Catalunha aprovado a independência da região em 27 de outubro último.
No mesmo dia, o executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, decidiu a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão.
Na quinta-feira passada, a Audiência Nacional (tribunal especial espanhol) decretou a prisão incondicional para oito ministros regionais demitidos que prestaram declarações nesse dia, entre eles o vice-presidente do governo regional, Oriol Junqueras.
A justiça espanhola emitiu no dia seguinte mandatos europeus de detenção aos membros do executivo regional que não se apresentaram para prestar declarações.